
Considerado por muitos o “nobel da medicina brasileira”, o prêmio
Abril & Dasa de Inovação Médica é uma iniciativa dos grupos Abril e
Dasa, com a curadoria da Revista Saúde. O objetivo é reconhecer projetos
e profissionais que fazem a diferença nas áreas científica, clínica e
assistencial, para descobrir ideias e realizações com potencial
inovador, que sejam capazes de mudar a vida e a saúde das pessoas. Além
da Inovação em Tratamento, a premiação contempla outras quatro
categorias: Medicina Social, Medicina Diagnóstica, Genética e Prevenção.
Durante a competição, o projeto Pele da Tilápia passou por três
etapas da seleção: adequação do projeto ao regulamento; júri para
escolha dos finalistas, três para cada uma das cinco categorias; e
votação popular.
Na etapa final, o projeto da UFC concorreu com duas iniciativas,
desenvolvidas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HC/FMUSP) e pelo Hospital das Clínicas de
Porto Alegre (HCPA). O vencedor foi anunciado no dia 8 de novembro, em
São Paulo.
Resultado de parceria entre o NPDM, o Instituto de Apoio ao Queimado
(IAQ) e o Centro de Tratamento de Queimados do Instituto Dr. José Frota
(CTQ/IJF), o método consiste em utilizar a pele de tilápia como um
curativo biológico, auxiliando na cicatrização de pacientes com queimaduras.
A atadura feita com o material também ajuda a diminuir a dor, a
evitar a perda de líquidos dos tecidos, a prevenir contaminações e a
reduzir o número de troca de curativos. O tratamento, que já ocorre de
forma experimental no Ceará e em outros estados brasileiros, está em
fase de avaliação para ser utilizado no Sistema Único de Saúde (SUS).
“O uso da pele da tilápia está revolucionando o tratamento das queimaduras,
que há mais de 60 anos vêm sendo tratadas com sulfadiazina de prata”,
destaca o Prof. Odorico de Moraes, diretor do NPDM. Ele adianta que os
subprodutos do material serão utilizados ainda em 40 outras
especialidades médicas.

Na ocasião, Tamires Souza apresentou o trabalho intitulado “Tilapia skin (Oreochromis niloticus) dressing promotes improvements in the healing process of experimental burns” [na tradução: “Curativo de pele de tilápia (Oreochromis niloticus) promove melhorias no processo de cicatrização de queimaduras experimentais”], que rendeu o primeiro prêmio internacional ao tratamento com pele da tilápia.
No estudo, a pele de tilápia passou por um processo de liofilização, que consiste em desidratar e congelar o material sob vácuo e, logo após, sublimar o gelo formado, e foi utilizada para tratar queimaduras de segundo grau em ratos, comprovando a ação anti-inflamatória superior a dos tratamentos tradicionais.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC
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