
Documentos obtidos pelo Portal G1 mostram que o caso foi denunciado pela mãe da garota, na Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), em 10 de maio de 2019. As defesas dos réus negam os crimes e alegam que a mãe da menina inventou a história, após ser ameaçada de perder a guarda da criança.
Segundo o boletim de ocorrência, a menina revelou aos parentes ter sofrido abuso sexual após assistir a um vídeo educativo na escola e perceber o que havia ocorrido com ela. A garota contou detalhes dos atos, que muitas vezes eram acompanhados de filmes pornográficos na TV. Segundo o relato, a vítima apresentou tumores e manchas brancas nos órgãos genitais, meses antes da denúncia.
Em depoimento à Polícia Civil em 13 de maio deste ano, a criança disse que o casal fazia sexo na sua frente e também a tocava. “Disse que o coronel sempre pedia para ela que não contasse nada para ninguém, dizendo-lhe o seguinte: ‘Você é só minha! Isso é só meu!'”, descreve o termo de declaração da vítima, que acrescenta que o militar tinha o costume de presentear a menina e de dar dinheiro para a namorada comprar presentes para a garota no shopping.
Os exames realizados pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) no corpo da vítima não encontraram esperma e atestaram que a membrana himenal e o ânus da criança estavam íntegros. Apesar dos resultados, a Polícia Civil indiciou o coronel Jaime Neto e Lorena de Melo, em 9 de setembro.
“Insta assinalar que a não constatação de vestígios não exclui a ocorrência de violência sexual, mormente pelo fato dos crimes contra a dignidade sexual serem praticados, via de regra, de forma extremamente efêmera e na clandestinidade, longe de eventuais testemunhas e sob ameaça ou recompensa da perpetuação do sigilo”, considera o relatório final do inquérito policial.
Em outro trecho, os investigadores concluem que “a pouca idade da vítima, ao revés de diminuir a força probatória dos seus relatos, presta-se para trazer ainda mais credibilidade às suas declarações, porquanto descrevem fatos que não guardam relação com a compreensão sadia de mundo infantil”.
Ao ser interrogado pela Polícia Civil, o coronel contou que Lorena se tornou sua namorada apenas em março de 2019. Quanto à menina, somente no fim do ano passado ela teria passado a frequentar sua residência. O oficial acrescentou que tem uma filha adolescente e que se acostumou a conviver com outras crianças, familiares de ex-companheiras, sem denúncias anteriores.
Já a universitária acusada afirmou que passava os fins de semana com a menina e a levava para a casa do namorado porque a mãe da criança a abandonava sozinha em casa, inclusive sem alimentação. Ela acrescentou que já havia cobrado da mãe da menina sobre a situação e pensava em pedir a guarda da criança na Justiça, o que motivou a mulher a realizar “falsas acusações” contra o casal.
Com informações do G1-CE
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