Carta de Dona Esperança para Dilma Rousseff
Fonte - Josias de Souza


Tenho uma tese sobre o ar seco da Capital: ele exerce sobre os presidentes um efeito mais deletério do que as conspirações do PMDB e dos outros partidos que se dizem aliados. Não conheço o Palácio da Alvorada, presidenta. Contudo, baseando-me em tudo o que já li a respeito do projeto de Niemeyer, estou convencida de que o problema do ar seco é ainda mais grave nesta tumba envidraçada que lhe serve de residência. É de torrar os miolos.
Muita atenção, presidenta. Sobretudo na hora de dormir. Espalhe toalhas molhadas pelo quarto. Coloque uma bacia d’água sob a cama. Se algum assessor sugerir umidificadores elétricos, desconfie. Eles podem espalhar fungos pela atmosfera. E os perigos do ar seco serão acrescidos de riscos que vão de uma intoxicação das vias respiratórias até o Michel Temer. Todo cuidado é pouco, presidenta.
Nos últimos dias, tenho notado que a senhora faz declarações perigosas e toma decisões temerárias. Nos discursos, fala como se quisesse extrair dividendos políticos da Copa do Mundo. Nos atos, trocou segundos de propaganda eleitoral por cargos e outras benesses. Reinstalar o PR do Valdemar Costa Neto no Ministério dos Transportes foi demais, presidenta. Devolver o Dnit para essa legenda notória será um acinte!
Só posso atribuir esse excesso de insensatez às correntes de ar seco do Alvorada. A alternativa seria duvidar da sanidade de uma presidenta que aprendi a admirar pela defesa dos valores éticos e morais. Por favor, senhora Dilma Rousseff, não permita que eu me arrependa do voto que dei em 2010 e que pretendo renovar em 2014! Proteja-se. Lembre-se: toalhas molhadas e bacia d’água. Nada de umidificadores elétricos. Desejo-lhe sorte.
Bauru, 6 de julho de 2014.
Dona Esperança, uma brasileira (ainda) crédula.“
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