Um deputado federal custa R$ 6,6 milhões anuais para os cofres
públicos, de forma que a Câmara dos Deputados custa R$ 18,14 por ano para cada
brasileiro, enquanto o Senado sai por R$ 14,48. Mesmo consumindo R$ 8,7 bilhões
por ano, os nobres representantes do povo em Brasília paralisaram as atividades
parlamentares em época de Copa do Mundo no Brasil, fazendo com que os 25 dias
de votações previstos para agosto e setembro contabilizem com apenas 12
sessões. Na ponta do lápis, os 38 dias sem sessões deliberativas no Congresso Nacional
vão custar R$ 460 milhões para o contribuinte, sendo que a situação mais
crítica ocorrerá justamente na Câmara dos Deputados, que fará apenas quatro
sessões nos dois meses que antecedem as eleições. Os deputados federais recebem
salário de R$ 26.700,00 podem contratar até 25 assessores com salário que pode
chegar a R$ 8 mil brutos, além de receberem verba indenizatória,
auxílio-moradia, cota postal, cota telefônica, passagens aéreas, combustível,
despesas gráficas, jornais e revistas de circulação nacional, verba de
gabinete, mesmo assim vão participar de votações no pós-Copa do Mundo apenas
nos dias 5 e 6 de agosto e 2 e 3 de setembro.
Com um orçamento total de R$ 4,9 bilhões para 2014, o
equivalente a R$ 13,6 milhões por dia, a Câmara dos Deputados terá 21 dias sem
votações, ou seja, serão R$ 285 milhões que sairão dos cofres públicos sem que
seja votado um único projeto de lei. O Senado Federal, que tem orçamento anual
de R$ 3,8 bilhões, fará apenas oito votações em agosto e setembro, de forma que
os 19 dias parados antes das eleições gerais vão acarretar prejuízos de R$
176,1 milhões aos cofres públicos. O portal Contas Abertas apurou que o número
de dias parados dos deputados e senadores será ainda maior se contabilizado o
mês de julho, que além do recesso branco de 18 a 31 de julho, também contou com
os jogos da Copa do Mundo da Fifa, que tem sido utilizada para justificar a
baixa frequência no Congresso Nacional. O Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar (Diap) alerta que o calendário esvaziado é uma
estratégia combinada entre governo e parlamentares para que deputados e
senadores possam focar na campanha eleitoral, enquanto o governo consegue adiar
a votação de projetos polêmicos antes das eleições de outubro.
Em linhas gerais, é como se os nobres representantes do povo
fizessem de conta que trabalham, enquanto o governo faz de conta que acredita,
mas a sociedade não tem como fazer de conta que paga a conta, já que os dias
parados dos deputados e senadores vão consumir R$ 460 milhões dos cofres
públicos. O fato é que o Congresso Nacional brasileiro é um dos mais caros do
mundo, com cada um dos 81 senadores custando, em média, R$ 33 milhões por ano
aos cofres públicos, enquanto cada um dos 513 deputados custam, em média, R$
6,6 milhões. O minuto trabalhado de um senador brasileiro custa R$ 11.545 para
o contribuinte, valores que deixam qualquer cidadão indignado, quando são
comparados com os números de países mais ricos do que o Brasil. Nem poderia ser
diferente, já que cada parlamentar recebe salário mensal de R$ 26.723,13, tem
direito ao mesmo valor no início e no final de cada sessão legislativa; verba
de gabinete de R$ 60 mil.
Na média, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados gastam, por
ano, o equivalente a R$ 10,2 milhões por cada um dos seus integrantes, enquanto
na Itália, são gastos R$ 3,9 milhões; na França, são pouco mais de R$ 2,8
milhões; na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$ 850 mil e na Argentina,
R$ 1,3 milhão. Quando se analisa a produtividade do parlamento brasileiro,
tem-se a certeza de que todo esse dinheiro é muito mal aplicado, já que são
raros os projetos de leis que beneficiam o conjunto da sociedade. Quando avalia
as Assembleias Legislativas, o maior orçamento por legislador é o da Câmara
Legislativa do Distrito Federal, onde cada deputado distrital custa R$ 9,8
milhões para os cofres públicos, num contraste com a Assembleia Legislativa do
Tocantins, que tem um orçamento de pouco mais de R$ 2 milhões para cada um dos
24 deputados. Na avaliação sobre as Câmaras Municipais, a mais rica é a do Rio
de Janeiro com orçamento de R$ 5,9 milhões para cada um dos 50 vereadores,
figurando como a mais rica do Brasil. O detalhe é que todas essas Casas de Leis
pararam o trabalho durante a Copa do Mundo e vão parar durante a campanha
eleitoral.
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