Juros do cartão ficam abaixo de 10% pela primeira vez em 17 anos
A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade ( Anefac) calculou que, pela primeira vez em 17 anos, os juros do cartão de crédito rotativo ficaram abaixo de 10% ao mês por conta da redução de 9,99% nas taxas do cartão, em outubro. Essa foi a menor taxa de juros da série histórica, iniciada a partir de 1995. No mês passado, a taxa de juros do cartão de crédito caiu para 9,37% ao mês, frente aos 10,41% registrados em setembro.
A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma redução de 0,31 ponto percentual no mês, passando de 5,81% em setembro para 5,50% em outubro. Em nota, distribuída nesta quinta-feira, a Anefac avalia que as taxas de juros poderão continuar caindo nos próximos meses por causa da melhora da economia e devido à maior competição no sistema financeiro após os bancos públicos baixarem suas taxas de juros. Segundo a Anefac, a expectativa de redução dos índices de inadimplência no segundo semestre deve dar suporte adicional a essa tendência.
Todas as seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas pela instituição registraram queda nas taxas de juros em outubro. A taxa média recuou 0,31 ponto porcentual no mês (6,81 pontos porcentuais em doze meses), passando de 5,81% ao mês em setembro para 5,50% em outubro. Foi, também, a menor taxa da série histórica.
Entre as taxas oferecidas nesta categoria, os juros cobrados no cheque especial baixaram 0,20 ponto porcentual, passando de 7,95% para 7,75% ao mês. No ano, passaram de 150,42% para 144,91%. Os juros do crediário no varejo ficaram 0,10 ponto porcentual menores, passando de 4,20% para 4,10%. No ano, passaram de 63,84% para 61,96%
Embrapa busca clonagem inédita de animais ameaçados de extinção no Brasil
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa) planeja trabalhar na clonagem de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, de animais como lobo-guará, onça pintada e veado catingueiro. O projeto ainda depende da aprovação do departamento jurídico da Embrapa e não tem prazo de conclusão. Mas, se bem-sucedido, pode resultar na primeira clonagem de um animal silvestre no país.
A iniciativa é feita em parceria com o Jardim Zoológico de Brasília, que será o destino final dos animais clonados.
– Há dois anos, coletamos material genético de animais mortos (na região do Cerrado), por exemplo, em acidentes rodoviários ou em zoológico. Agora, surgiu a ideia de uma nova parceria, ainda não pronta, de coletar material não apenas do Cerrado, mas também de animais vivos de outros biomas e faunas exóticas para inseminação artificial e clonagem – explicou o pesquisador do Embrapa Carlos Frederico Martins à agência britânica de notícias BBC.
Uma das técnicas a serem usadas é a semelhante à da ovelha Dolly.
– Trata-se da técnica de transferência de núcleos. Retiramos o núcleo do ovócito (célula que dá origem ao óvulo) e o substituímos pela célula do indivíduo a ser clonado, do qual temos material genético – diz o pesquisador, que é médico veterinário com mestrado em reprodução animal.
Experiência com bovinos
A Embrapa tem um banco de 420 amostras de oito espécies de animais. Concluída a aprovação em seu departamento jurídico, ainda buscará o aval do Ibama para usá-las. Martins não arrisca estabelecer um prazo para concluir a primeira clonagem, mas prevê anos de pesquisa.
– Já temos a tecnologia para fazer a clonagem de bovinos. Agora, queremos transferi-la para a clonagem de animais silvestres, estudando-a em animais nas quais ela nunca foi usada. Mas, mesmo em bovinos, é uma técnica ainda ineficiente às vezes, então, temos que ir devagar. Conhecemos pouco (da aplicação desses métodos) em espécies selvagens, então, isso pode demorar um pouco – ressalta.
Serão estudadas espécies que não necessariamente correm risco iminente de extinção, mas cuja população tem diminuído. Futuros animais clonados seriam mantidos no zoo, onde seriam estudados e usados para a reposição natural de animais que morram. Segundo o pesquisador, os animais clonados não estariam aptos para viver na natureza selvagem, e a Embrapa não teria como monitorá-los.
O Jardim Zoológico de Brasília, por sua vez, criará um laboratório para dar prosseguimento aos estudos da Embrapa. Ambas as instituições captarão recursos para o projeto, mas Martins ainda não sabe estimar quanto custará a clonagem:
– A clonagem de um bovino pode custar de R$ 30 mil a 50 mil, mas não sabemos se esses valores serão os mesmos para animais silvestres.
Atenção internacional
O projeto brasileiro despertou a atenção internacional. A versão online da revista especializada New Scientist noticiou a iniciativa e citou a primeira clonagem da Embrapa, em 2001 – uma vaca batizada de Vitória, que morreu no ano passado -, e os cem animais clonados desde então, principalmente bovinos e equinos.
O jornal britânico The Guardian destacou que muitos conservacionistas veem com reservas a iniciativa de clonar animais ameaçados, temendo que isso desvie o foco da preocupação principal: proteger o habitat desses animais. Segundo Martins, o projeto da Embrapa não pretende se tornar a principal ferramenta de conservação dessas espécies e lembra que a clonagem diminui a variedade genética do reino animal.
– É algo complementar (a esforços de conservação) de matas, rios e reservas. Nosso objetivo principal é estudar a técnica, ver como ela se comporta e ver se é possível produzir animais do nosso bioma, para quando precisarmos – concluiu.
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