domingo, 11 de agosto de 2024

Aberta temporada de caça aos votos. Sobra simpatia, gentileza e demagogia.


 As eleições de outubro vão eleger dirigentes municipais e formarão as câmaras de vereadores nos 5.570 municípios, o que pode ser uma experiência para o “jogo eleitoral” de 2026. Embora o pleito municipal tenha uma agenda própria, pelo menos desde 2018 a polarização mudou essa ótica, trazendo consigo novas estratégias de poder.

O eleitor dever ficar atento, pois, do mais simples ao mais bem informado, todos estão sujeitos às ações das redes sociais. Imagens diversas até com o Papa e sua jaqueta “fashion” não foi a única mostra do que é possível fazer nesse novo cenário digital. É possível criar imagens e sons replicando personagens. Assim, não basta a Justiça Eleitoral ficar atenta. Todos terão que estabelecer uma dúvida primária sobre o que está sendo dito, avaliar seu conteúdo e, sobretudo, buscar em ambientes seguros a informação real. Há várias agências de checagem, mas os meios de comunicação formal são o caminho adequado por conferirem dados e, sobretudo, terem como propósito estabelecer o contraditório.

Com a conclusão das convenções partidárias o próximo passo é o registro nos tribunais regionais eleitorais, prazo que se encerra em 15 de agosto. A partir daí estará oficialmente aberta a temporada de caça aos votos. Os atores já estão em campo, mas ainda não podem pedir o apoio do eleitor. Oficializados pelas convenções, estão aptos a utilizar todos os mecanismos republicanos de caça ao voto. É o vale tudo entra em cena, principalmente para os políticos profissionais que são a esmagadora maioria. Gentilezas e muita simpatia em excesso serão a tônica ao visitarem seus eleitores com uma boa pitada de demagogia. Pouco se utilizam desses artifícios. Faltando poucas semanas para o pleito, os candidatos com recursos próprios ou do fundo eleitoral gastam excessivamente para comprar votos que lhes garantam a permanência no cargo, enquanto seus concorrentes neófitos com poucas chances de se elegerem, numa disputa cuja disputa se torna injusta e desigual. Como garantir igualdade de condições entre candidatos numa disputa semelhante aos relatos bíblicos entre Golias e Davi ? Fazendo um comparativo prático, numa corrida de Fórmula 1, imagina um piloto estreante num carro com motor de menor potência disputando a corrida com um piloto experiente num carro com um motor Ferrari ou mercedes ? Em síntese, bastante complexa essa mudança, os políticos profissionais sempre terão enorme vantagem sobre seus concorrentes. São os mesmos que pouco fazem em benefício do povo, a maioria usa o mandato para interesses próprios às custas do eleitorado venal, omisso e sem consciência política. Reeleição para cargos de vereador, por lei, é igualmente ao casamento religioso podem ficar até que a morte os separem ou quando se aposentam. O eleitor deve ser criterioso para votar nos seus representantes, analisar a vida de cada um, como vivem, seus patrimônios e o que fizeram em benefício da coletividade em suas atividades parlamentares. O político profissional não faz outra coisa, não tem profissão e se tiver, prioriza o seu cargo para amealhar dividendos eleitorais e multiplicar seus bens, garantindo-lhes a cada eleição um reduto mais numeroso de eleitores por meio de assistências e empregos na prefeitura, no caso de aliados da gestão municipal. A legislação eleitoral precisa de mudanças, principalmente para cargos nos Legislativos. Limitar a exemplo do Executivo e ao cargo de Senador, apenas uma reeleição, o que permitiria alternância e renovação nos quadros político. Do jeito que está, dificilmente haverá renovação pelo simples fato de um vereador, deputado ou senador potencializar seu capital político e financeiro em favor de suas sucessivas conquistas eleitorais.  

Muitos eleitores, entretanto, não acreditam ser possível mudar a história do país e insistem na ideia de que a corrupção é inerente à política brasileira.

Todavia, as eleições municipais deste ano determinarão o futuro de cada cidade para os próximos quatro anos, motivo pelo qual é fundamental que cada eleitor, faça a sua opção de modo consciente e com seriedade.

Nesse contexto, é necessário entender que a República Federativa do Brasil constitui-se em Estado democrático de direito no qual “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente” (art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988).

Assim, o sentido da democracia está na possibilidade de o cidadão exercer a soberania popular, que se concretiza pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto1 na escolha dos governantes. Daí, o eleitor tem em suas mãos um importante instrumento de mudança política e social: o voto.

 


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