No
dia 10 deste mês, o assassinato da menina Beatriz Angélica Mota
completa seis anos. A criança, de 7 anos, foi encontrada morta dentro de
um colégio particular de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, com 42
marcas de facada no corpo. O crime segue sem ser solucionado. Em busca
de respostas, a mãe de Beatriz, Lúcia Mota, inicia no próximo domingo
(5) uma caminhada de mais de 700 km, até Recife.
"Resolvi
caminhar por amor a Beatriz. Para chamar a atenção do estado para a
solução do caso de Beatriz. O estado tem obrigação de solucionar o
inquérito de Beatriz, como também, pode nos ajudar a federalizar o
inquérito, porque já existe o pedido tramitando no Ministério Público
Federal, ou ele pode aceitar a colaboração dos americanos", afirma
Lúcia.
"Em Recife, nós temos dois pontos de parada, que é o
Ministério Público e o palácio das princesas, que é onde eu vou
realmente me estabelecer. O objetivo dessa caminhada é chamar a atenção
do governador em relação aos nossos pedidos que já tramitam
há mais de um ano".
Desde setembro do ano passado a família
espera resposta do Governo de Pernambuco sobre o pedido de cooperação
feito por uma empresa dos Estados Unidos, para ajudar nas investigações
do assassinato de Beatriz.
Segundo
Lúcia, a caminhada, que vai começar em Petrolina, deve durar entre 20 a
25 dias. Uma jornada que está mobilizando pessoas em várias cidades do
estado. “A maioria das paradas serão realizadas em casas de famílias que
nos ofereceram abrigo. Então, nós vamos dormir e vamos realizar as
refeições nas casas dessas pessoas".
A segurança do trajeto
também foi pensada, como explica o professor Sandro Romilton Ferreira da
Silva, pai de Beatriz e marido de Lúcia.
"As pessoas imaginam
que a princípio a gente vai sair caminhando sem parar, mas isso é
humanamente impossível. São quase 800 km, então nós precisamos seguir
uma regra. Eu estarei no apoio, teremos carros de apoio, teremos um
ciclista batedor, temos acompanhamento da PRF e PM, que está nos
abraçando neste momento. Então, é uma logística muito séria, muito
importante. Tudo com segurança, inclusive com distanciamento".
Sobre as investigações do caso, a Polícia Civil se manifestou através de nota. Confira abaixo.
A Polícia Civil de Pernambuco informa que segue comprometida com a investigação do caso da criança Beatriz Angélica Mota.
No
final do último mês de maio, o Chefe e o Subchefe da Polícia Civil de
Pernambuco, Nehemias Falcão e Darlson Macedo, respectivamente,
receberam, em seu gabinete, uma comissão formada pelos pais da criança
Beatriz Angélica Mota, pelo advogado da família e pela coordenadora do
Movimento Somos Todos Beatriz. Os quatro delegados, que compõem a Força
Tarefa criada pela Chefia de Polícia para investigar o caso,
participaram da reunião, assim como a Diretoria de Inteligência da PCPE.
A comissão pôde fazer os questionamentos necessários aos delegados e
foi reafirmado, naquele momento, que todos seguem disponíveis para
esclarecimentos.
Na ocasião, a comissão apresentou a proposta de
cooperação com empresa de investigações norte-americana. Foi informado
que a concretização da parceria poderá ocorrer após pareceres da
Procuradoria Geral do Estado, e do Ministério Público, além da aprovação
do Poder Judiciário, seguindo todos os preceitos legais.
Todo o
material que compõe o Inquérito Policial em curso, disposto em 23
volumes, segue em análise constante e também estão sendo realizadas
novas diligências. Não há registro de negativa de recursos para a
investigação. Importante destacar que o caso segue sob segredo de
justiça.
Beatriz Angélica foi assassinada com 42 facadas dentro do colégio Maria Auxiliadora, um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano. A irmã da menina era uma das formandas.
A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra. Minutos depois, o corpo da criança foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo que estava desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.
No final de maio, com o apoio da empresa Criminal Investigations Training Group, dos Estados Unidos, uma nova imagem do suspeito foi produzida e divulgada. Até o momento, ninguém foi preso.
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