Nós estamos vivendo dias de trevas. São dias de trevas, não tenham
dúvida. Mas no fundo dessas trevas, se começa a ver os primeiros
clarões de uma aurora; são os ideais que nunca morreram e que estão
voltando
(Excertos das palavras que Dom Bertrand de Orleans e Bragança
proferiu durante o banquete comemorativo pelo 80º aniversário do
natalício de seu irmão, o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança –
Chefe da Casa Imperial do Brasil – realizado no último domingo, dia 3,
no Salão Guanabara do Windsor Flórida Hotel, no Rio de Janeiro).
É
em nome de meu irmão Dom Luiz que aqui falo, agradecendo as homenagens
feitas por ocasião do seu 80º aniversário. Hoje nós tivemos uma Santa
Missa, que é o ponto culminante dessas comemorações, exatamente por que
foi oferecido o Santo Sacrifício, diante da Cruz, nas intenções do Chefe
da Casa Imperial, Dom Luiz. Ele que encarna os nossos ideais, que
encarna as nossas esperanças. Dom Luiz insiste muito num ponto, que é o
fato de haver, em todas as coroas, uma cruz, no alto. Essa cruz tem um duplo significado:
Em primeiro lugar, a fidelidade e a fé; a consciência de que um Chefe de Estado – sobretudo um Imperador ou um Rei, mas até o Chefe de Estado em uma República –
tem contas a prestar a um Juiz Supremo, infinitamente sábio,
onisciente, que ninguém engana, mas que também é infinitamente
misericordioso e bondoso. O segundo significado dessa cruz é a
disposição que deve ter um Rei, um Imperador ou qualquer Chefe de Estado, como qualquer chefe de alguma instituição, como um pai de família, de crucificar-se por seu povo. Ele deve sacrificar-se por seu povo.
É este o exemplo que Dom Luiz sempre nos deu, a nós, seus irmãos, e aos monarquistas, e é justamente daí que vem esta grande vitalidade da causa monárquica nos dias de hoje. Nunca a causa monárquica foi tão viva como nestes dias. Nunca nossa situação foi pior, mas nunca a causa monárquica foi tão viva.
Por ocasião do Plebiscito, pelo fato de termos obtido apenas 13% dos
votos, muitos disseram que era a “pá de cal” nas esperanças monárquicas
do Brasil... Não foi! Foi uma primeira vitória.
Antes do Plebiscito, a perspectiva de uma restauração monárquica
era vista como um sonho de uma noite de verão de alguns saudosistas.
Depois do Plebiscito, passou a ser vista como uma alternativa, e, por
um número crescente, como uma esperança. E nós vemos que essas
esperanças vão se realizando, sobretudo – o que impressionou a muitos os
repórteres que estavam aqui presentes –, foi no número de jovens
partiipantes. É um Brasil novo, que está renascendo.
Nós estamos vivendo dias de trevas. São dias de trevas, não tenham
dúvida. Mas no fundo dessas trevas, se começa a ver os primeiros clarões
de uma aurora; são os ideais que nunca morreram e que estão voltando.
São os ideais cristãos, os ideais católicos. São os filhos de Deus que
encaram a realidade com a fé, com a coragem e com a certeza de que os
ideais católicos nunca vão ser derrotados.
O futuro está do nosso lado. O futuro está com aqueles que
querem a restauração da boa ordem posta por Deus na Criação. Isto é, uma
ordem monárquica, porque a sociedade não é republicana. A primeira
entidade, a base da sociedade, qual é? É a família. E qual é a estrutura
interna da família, por instituição divina? Na família, o pai é rei, a
mãe é rainha e os filhos são os príncipes herdeiros. Vá numa família, vá
numa escola, vá numa padaria, vá numa fazenda... vá em qualquer lugar
do mundo, e as utopias republicanas não se consideram mais!
Ninguém mais acredita nos políticos, ninguém mais acredita nos esquemas republicanos, ninguém mais acredita no igualitarismo.
Pelo contrário, o mundo está ávido de uma restauração de um regime que
venha ao encontro dos seus sonhos, da sua mentalidade, da sua índole
cristã, sua índole hierárquica, algo maravilhoso.
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