É uma França! Já se imaginou na França cercado de analfabetos funcionais? Não haveria jornais porque sequer haveria quem escrevesse neles.

O mais triste é que o assunto acaba no preparo e na divulgação da PNAD. Talvez algum político diga “que horror!”, mas fica nisso. Eles e elas, responsáveis por resolver o problema, saem de fininho, e prometem “mais e melhor educação” no futuro, que nunca chega. Porquê?
Porque o problema principal não é o sistema de educação em si, embora este tenha muitas falhas. O problema é haver dinheiro para fornecer educação de qualidade a todos. Isto custa por volta de U$690 bi por ano, considerando nossa população e os padrões que os membros mais desenvolvidos da OCDE praticam, cerca de U$10 mil por aluno por ano. No Brasil, governo e famílias gastam menos de U$80 bi por ano, porque não têm mais. Se não há dinheiro suficiente para fornecer educação de qualidade para todos, não há como fazê-lo.
A solução para educação de qualidade para todos, para preencher esta lacuna de U$600 bi, então, é criar um ambiente em que todos tenham oportunidade de prosperar, de acordo com seu mérito, para poder pagar por ela. Para tal, precisamos de muitos investidores, brasileiros e estrangeiros, que queiram arriscar seu capital na busca do lucro e ofereçam bons empregos. Coisa que nossa Constituição e nossas leis impedem. Ou se transforma o Brasil num país apetitoso para o capital internacional na proporção de que necessitamos, ou esqueçamos educação de qualidade para todos. E continuamos com 60% da população vivendo com até um salário mínimo. Desgraça.

Sergio Moura é autor do livro 'Podemos ser prósperos – se os políticos deixarem'.
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