Barrabás novamente aclamado -- por Pedro Henrique Antero
O Brasil
vive momentos de difícil compreensão dos valores que até então foram
cultuados em nossa sociedade. A operação Lava Jato tem tentado, ao longo
dos últimos anos, aplicar a lei brasileira para os casos de corrupção
dos políticos e dos empresários poderosos.
Esses têm sido, infelizmente, a razão maior da miséria do povo e do mal-estar geral da população.
Em relação ao ex-presidente Lula, líder da corrupção sistematizada
no País, expressiva parte de brasileiros entende que ele não deveria ter
sido investigado e nem muito menos condenado à prisão. Para esses, o
Ministério Público e o Juiz Sérgio Moro foram simplesmente algozes de um
inocente. E, ainda, preferem tê-lo novamente como presidente.
Na data em que Lula foi preso, houve um culto chamado ecumênico à
frente do sindicato dos metalúrgicos. Ali estavam alguns “sumos
sacerdotes católicos”, cercados por uma turba que brandia contra Sérgio
Moro e exigia a libertação de Barrabás. Moro que tem cumprido
exclusivamente o seu dever profissional de julgar e tentar livrar o país
dos desonestos era considerado um criminoso. Lula, ao contrário,
revestido da figura de Barrabás, foi aclamado inocente.
Na ocasião do culto, Lula, parcialmente ébrio, discursou aos líderes
dos principais movimentos sociais para afirmar que sua prisão é devida,
exclusivamente, ao fato de sempre ter defendido os pobres.
Será que poderíamos dizer o mesmo acerca de Sérgio Cabral, Paulo
Maluf, Eduardo Cunha, Antonio Palocci, Leo Pinheiro e Marcelo Odebrecht ?
Esses, investigados ou condenados por motivos semelhantes aos de Lula,
reivindicam também suas inocências.
A organização para roubar grande volume de dinheiro público foi além
das fronteiras brasileiras. Dirigentes de países sul-americanos estão
também envolvidos na corrupção que teve origem no dinheiro emprestado
pelo BNDES e na presença da Odebrecht. E tudo isso coordenado pelos
governos de Lula e Dilma, que, segundo eles mesmos, lutaram sempre em
favor dos mais pobres.
Pedro Henrique Antero. Professor de Ciências Políticas
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