terça-feira, 17 de abril de 2018

Barrabás novamente aclamado -- por Pedro Henrique Antero 



     O Brasil vive momentos de difícil compreensão dos valores que até então foram cultuados em nossa sociedade. A operação Lava Jato tem tentado, ao longo dos últimos anos, aplicar a lei brasileira para os casos de corrupção dos políticos e dos empresários poderosos.
    Esses têm sido, infelizmente, a razão maior da miséria do povo e do mal-estar geral da população.
    Em relação ao ex-presidente Lula, líder da corrupção sistematizada no País, expressiva parte de brasileiros entende que ele não deveria ter sido investigado e nem muito menos condenado à prisão. Para esses, o Ministério Público e o Juiz Sérgio Moro foram simplesmente algozes de um inocente. E, ainda, preferem tê-lo novamente como presidente.
    Na data em que Lula foi preso, houve um culto chamado ecumênico à frente do sindicato dos metalúrgicos. Ali estavam alguns “sumos sacerdotes católicos”, cercados por uma turba que brandia contra Sérgio Moro e exigia a libertação de Barrabás. Moro que tem cumprido exclusivamente o seu dever profissional de julgar e tentar livrar o país dos desonestos era considerado um criminoso. Lula, ao contrário, revestido da figura de Barrabás, foi aclamado inocente.
    Na ocasião do culto, Lula, parcialmente ébrio, discursou aos líderes dos principais movimentos sociais para afirmar que sua prisão é devida, exclusivamente, ao fato de sempre ter defendido os pobres.
    Será que poderíamos dizer o mesmo acerca de Sérgio Cabral, Paulo Maluf, Eduardo Cunha, Antonio Palocci, Leo Pinheiro e Marcelo Odebrecht ? Esses, investigados ou condenados por motivos semelhantes aos de Lula, reivindicam também suas inocências.
    A organização para roubar grande volume de dinheiro público foi além das fronteiras brasileiras. Dirigentes de países sul-americanos estão também envolvidos na corrupção que teve origem no dinheiro emprestado pelo BNDES e na presença da Odebrecht. E tudo isso coordenado pelos governos de Lula e Dilma, que, segundo eles mesmos, lutaram sempre em favor dos mais pobres.

Pedro Henrique Antero. Professor de Ciências Políticas

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