País elege um gestor de crise, não o presidente
Há algo, porém, que se pode prever sem a realização de nenhuma pesquisa: o brasileiro não elegerá neste domingo um presidente da República. Não, não. Absolutamente. O país escolherá um gerente de crises. Vem aí um 2015 duro de roer. Na economia, uma fase de ajuste de contas e cintos apertados. Na política, um escândalo capaz de transferir o mensalão para o Juizado de Pequenas Causas. Nos próximos dias, vão às ruas as batidas policiais de busca e apreensão de provas para escorar as revelações delatadas pelos protagonistas da Operação Lava Jato.
Para complicar, a eleição mais disputada desde 1989 —Collor X Lula— deixa um rastro pegajoso de rancor e incompreensões. Na oposição, PT ou PSDB tendem a injetar sangue no olhar. As duas legendas pregam o novo. Mas, à medida que se distanciam, aproximam-se do que há de mais arcaico na política brasileira. Com isso, tornam-se o próprio atraso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário