sexta-feira, 21 de março de 2014

73,6% não possuem acesso a esgoto no Ceará

Água tratada, coleta e tratamento de esgoto são importantes para garantir a qualidade de vida da população, mas no Ceará, nem todos têm estes benefícios. Apenas 26,4% da população do Estado têm acesso à rede de esgoto, de acordo com o estudo “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Brasileiro”, feito pelo Instituto Trata Brasil e pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Assim, 73,6% dos cearenses não têm esgoto disponível.
Apesar disso, o Ceará é o segundo estado do Nordeste com o maior número da população com acesso ao esgoto, perdendo apenas para a Bahia. Enquanto 2.282.465 de cearenses possuem esgoto, 4.003.196 de baianos têm o recurso.
Já no Piauí, apenas 164.911 pessoas são beneficiadas com o esgoto, o menor número do Nordeste. Em seguida, aparece o Sergipe, com 322.040. Depois, vem o Estado de Alagoas, com apenas 452.462.
O estudo do instituto também mostra que 5.900.415 dos cearenses têm acesso à água tratada, ou seja 68,3% do total da população do Estado. Estão à frente do Ceará a Bahia, com 10.666.143, e Pernambuco, 6.144.330.
Sergipe é local que apresenta o menor número de pessoas com esse benefício: 1.751.898 têm água tratada.
Defasagem
Para o coordenador do curso de Saneamento Básico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Adeildo Cabral da Silva, o estudo feito pelo Instituto Trata Brasil e o CEBDS demonstra a realidade do Estado. “No Nordeste, temos uma defasagem na parte do tratamento de esgoto. Tanto que, ao analisar os dados, podemos ver uma grande diferença entre a distribuição e o tratamento da água”, frisou.
Silva ressalta que, hoje, os custos para o saneamento básico são altos devido à grande demora dos governos municipais em investir nesta área. “Isso é resultado do acúmulo de problemas. Em todo esse tempo, os dejetos do esgoto vêm sendo descartados de um jeito inadequado”.
O problema teve início da década de 70 e começou a piorar em 1980, com a urbanização das cidades, ressaltou o coordenador. Dessa forma, houve uma ocupação desordenada sem planejamento para a infraestrutura. “Uma das prioridades da infraestrutura tem que ser o esgoto, mas, naquela época, se preocuparam mais em construir”.
Ele acredita que, para mudar essa situação, é preciso, primeiramente, cuidar do plano de saneamento básico das cidades. No Ceará, comentou Silva, dos 184 municípios, apenas 30% possuem esse projeto. “Um número muito baixo para o nosso Estado”. Os planos devem durar 20 anos, pois têm muitas metas e ações, e devem ser criados pelas prefeituras com a sociedade.
Até o fechamento dessa edição, a reportagem não conseguiu contato com a assessoria da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).

Fonte: Diário do Nordeste


Eleições 2014: PT exclui Ceará de aliança com o PMDB

Os dirigentes nacionais do PT se reuniram nessa quinta-feira (20/03), em Brasília, para avaliar o cenário da disputa eleitoral nos estados. Ao final do encontro, o Diretório Nacional traçou um quadro com a perspectiva de lançamento de candidatos a governador em 11 Estados e aliança com o PMDB em outros 7. A lista de estados com articulações para um acordo com o PMDB exclui o Ceará, onde o PT ratifica as negociações com o PROS.
O PMDB, ao lado do PROS e PT, integra a aliança que dá sustentação ao Governo Cid Gomes (PROS). Há, porém, conflitos na corrida à sucessão estadual. O senador Eunício Oliveira se lançou pré-candidato ao Palácio da Abolição e chegou a declarar que, com ou sem o apoio de Cid Gomes, estará na disputa eleitoral. O secretário de Saúde do Estado, Ciro Gomes, disse, porém, que o candidato do grupo sairá do PROS, o que deixou Eunício Oliveira desapontado e, ao mesmo tempo, mais distante de se tornar o nome apoiado pelos irmãos Ferreira Gomes.
Cid vem aprofundando conversas com os dirigentes regionais do PT. O interlocutor das articulações é o deputado federal José Nobre Guimarães, que tem o controle do Diretório Estadual e é pré-candidato ao Senado. Guimarães tem, também, o aval do comando nacional do PT para priorizar a aliança com o PROS.
Uma reportagem do Jornal O Estado de São Paulo, edição desta sexta-feira (21), confirma a preferência do PT pela aliança com o PROS. De acordo com integrantes da legenda que deixaram o encontro nesta tarde, o partido deverá ter candidatos ao governo em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Piaui, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Acre e Roraíma.
Quanto ao PMDB, segundo as informações da reportagem do Jornal Estadão, o PT tende a apoiar a candidatura da sigla no Amapá, Pará, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Mato Grosso e Tocantis. O Diretório Nacional do PT adiou a decisão sobre os rumos do partido nas eleições de Rondônia e do Maranhão. No caso dos maranhenses, o PT está dividido entre apoiar um nome indicado pelo clã Sarney ou se unir ao ex-deputado federal Flavio Dino (PcdoB).
Em relação ao Ceará, a cúpula do PT sinaliza que vai fechar com o PROS, do atual governador, Cid Gomes, e não se aliará à candidatura do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira. A tendência é que a presidente Dilma Rousseff tenha um palanque duplo (PROS e PMDB) na campanha à sua reeleição à presidência da República.
A reportagem do Estadão reafirma que nos s bastidores, Eunício Oliveira articula uma aliança informal com o PSDB para não jogar a petista no palanque do candidato Cid Gomes. Um chapa com os tucanos agradaria o presidente nacional da PSDB, senador Aécio Neves (MG), que tenta emplacar nas próximas eleições o nome de Tasso Jereissati para o Senado.

Ceará tem déficit de 637 professores

O Ceará apresenta um déficit de 637 professores com formação específica nas disciplinas obrigatórias do ensino médio, na rede estadual de ensino. A maior carência atinge a disciplina de artes (com 314 professores a menos). Em seguida, vêm física (174) e sociologia (149). Além disso, o percentual de educadores temporários é de 59,9%, enquanto os concursados é de 37,3% e os terceirizados 0,6%. Os dados são relativos a 2012.
Essas são algumas das conclusões da auditoria do Tribunal de Contas da União, feita em parceria com tribunais de Contas dos Estados, e que indica uma carência de 32 mil professores na rede de ensino médio do País. Outro dado preocupante da auditoria refere-se às taxas de reprovação e abandono, que no País ficam, respectivamente, em 12,2% e 9,1%. A menor taxa de reprovação é registrada no Nordeste (9,8). O mesmo não se pode dizer acerca do abandono escolar. Com 12,5%, o Nordeste só perde para o Norte, com 13,8%. É o Sudeste que registra o menor
percentual (6,3).
Em âmbito nacional, constatou o TCU, há 61 mil professores concursados fora das salas de aula por estarem cedidos a órgãos diversos. Destes, 5 mil estão trabalhando fora da área de educação. Existem, ainda, perto de 46 mil professores na rede pública estadual sem formação específica em nenhuma das 12 disciplinas obrigatórias.
A auditoria focou o ensino médio regular, sendo a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o ensino médio profissional tratados de forma complementar. A questão do currículo pedagógico do ensino médio não foi examinada, porém citada, no estudo, como “um tema altamente controverso”.
Relatório
Ao TCU coube abordar as ações do Ministério da Educação (MEC) e aos outros tribunais de contas participantes, questões relativas à atuação das secretarias de educação de seus respectivos estados e municípios. Ontem, contudo, à assessoria de comunicação do Tribunal de Contas do Estado do Ceará explicou que o relatório do TCE se encontra em fase final de conclusão, quando então será distribuído a um conselheiro relator para análise dos trabalhos dos técnicas e, por último vai, irá ao plenário.
O relator da auditoria, o ministro do TCU, Valmir Campelo, disse que o problema do déficit de professores poderia ser solucionado com uma boa gestão em cada estado.
Também considerou grave o percentual docentes temporários, “que deveria ser um tipo de contratação ser excepcional”. Enfatizou a importância de maiores investimentos no ensino médio, por ser uma etapa determinante para formar e ajudar o jovem na decisão quanto à profissão que irá abraçar. “O sucesso ou a dificuldade de toda uma existência dependerá dessa relevante decisão”, acrescentou.
Valmir Campelo lembrou que a oferta do ensino médio tornou-se obrigatória desde a promulgação da Emenda Constitucional 59 de 2009. No entanto, são observadas falhas e lacunas, daí a necessidade da consolidação de um padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira.
Já Secretaria da Educação, através do assessor especial do gabinete da secretária Izolda Cela, Rogers Mendes, informou que a Seduc dispõe de 687 escolas que atendem a cerca de 500 mil estudantes na rede estadual. Destes, cerca de 350 mil estão matriculados no ensino médio. Citou ações de melhoria e expansão da infraestrutura da rede e informou que o Ceará tem priorizado a forma de ingresso de profissionais na rede pública estadual de ensino por meio de concurso público de provas e títulos.
Um novo concurso está em andamento com a oferta de 3 mil vagas para atender às necessidades atuais existentes na rede estadual de ensino. A rede estadual conta com 13 mil professores efetivos e ativos, esclareceu o assessor.

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