O maior
teólogo da Igreja Católica, São Tomás de Aquino, deu-se ao trabalho de
classificar a mentira em três espécies ou graus: a divertida, a utilitária e a
daninha, capaz de causar graves prejuízos. A última é que é importante:
ardilosa e sutil, pretende mudar os fatos.
Pesquisadores da Temple University, na
Filadélfia (EUA), descobriram que contar mentira dá trabalho. Numa experiência,
feita com ressonância magnética funcional por imagem, constataram que o cérebro
faz um esforço maior que o normal para contar uma mentira. E se é contada a uma
pessoa muito próxima, o esforço é dobrado e pode ser perigoso. Quanto maior a
intimidade, maior a necessidade de reforçar a mentira contando outras mentiras,
para "defender" a primeira. O resultado é um estresse que acaba em
somatizações como dores musculares, tiques nervosos e males mais graves.
Mentirosos
desse grau podem desenvolver múltiplas personalidades. Uma para cada situação
que criaram. E administrar isso transforma a vida num inferno em que o
mentiroso vai vivendo até... se queimar. Nesse ponto, a conseqüência mais séria é, além das somatizações,
a perda do afeto dos outros. O destino final do mentiroso é o isolamento
social.
São Tomás
de Aquino diria que é um inferno mais que adequado. Pois o que o mentiroso mais
quer é o relacionamento, o convívio com os outros. O mentiroso pensa que, para
se relacionar com o mundo, precisa mentir. Não está totalmente errado, mas
mentir o tempo todo é uma doença.
CARACTERÍSTICAS DO MENTIROSO
O mentiroso político pode-se detectar facilmente se está mentindo ou não. Começa
pelos olhos, que tremem e piscam mais que o normal. Não fitam o outro
diretamente, a pupila se dilata, a voz fica mais fina e a fala se torna
hesitante, perdendo a fluidez. Faz mais afirmações negativas que o
habitual, gesticula muito e toca várias vezes o queixo e o nariz. Ao sorrir, os
lábios não se abrem espontaneamente, mas parecem forçados e podem até tremer.
E tem mais, quanto mais estridente estiver a voz, mais mentiras estarão
contando. E se estiverem abusando das negações ou das afirmações, é porque
estão pensando, ou vão fazer, o contrário do que estão dizendo.
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