domingo, 10 de junho de 2012

O fenômeno dos padres cantores

Por Gilberto Cruvinel

A crítica musical ou talvez a sociologia estão nos devendo um trabalho de mais fôlego que analise de forma consistente o fenômeno socio-cultural que explica o sucesso dos padres cantores. Vale destacar na entrevista de Mônica Bergamo a posição surpreendentemente equilibrada do entrevistado sobre o tema da homossexualidade.


Por Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo

Fã de Guns N'Roses e Pink Floyd, o padre Reginaldo Manzotti, que já cantou com o grupo Exaltasamba, lota missas em SP e diz que quase largou o seminário por uma grande paixão

Reginaldo Manzotti no Santuário São Judas Tadeu, em São Paulo
Reginaldo Manzotti no Santuário São Judas Tadeu, em São Paulo - Fotos Isadora Brant - Folhapress

Na trilha dos padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo, Reginaldo Manzotti, 43, é cantor e já vendeu mais de 800 mil cópias de sete CDs e dois DVDs. Gravou o terceiro no mês passado, na igreja da Candelária, no Rio. Vendeu também 800 mil exemplares dos seis livros que escreveu. Seus discos são distribuídos pela Som Livre, braço musical da Globo, o que lhe garante espaço nos intervalos comerciais da rede. Ele cantou ainda com o grupo de pagode Exaltasamba no DVD de 20 anos da banda.

Celibato e Homosexualismo
O padre diz que a sexualidade faz parte do sacerdócio. "A igreja, inclusive, não aceita ninguém assexuado. O importante é como você canaliza, lida com a sexualidade." Conta que evita ter "amizade muito estreita" com mulheres e que só visita casais se os dois estiverem em casa.

"Você olha uma mulher, acha bonito. Oxe, Deus deu os olhos pra quê? Viu? Tá. Mas entre você achar bonita e pedir o telefone, passar mensagens, descobrir o e-mail... Aí já é alimentar fantasias, emoções que vão te tirar do caminho."

Quando celebra missas país afora, ele normalmente não leva banda, apenas sua assessoria de imprensa. "Sempre viajo com dois: um homem e uma mulher." Questionado sobre o motivo, devolve: "Por quê? Por quê?". O repórter pergunta se é porque "as pessoas falam" e ele assente com a cabeça.

O padre não vê relação entre o celibato e a existência de homossexuais nos quadros da igreja. "Se fosse assim, a igreja seria a única entidade que teria homossexuais, e sabemos que não é. No seminário se cuida muito para que o celibato não seja um lugar de fuga para a homossexualidade. A igreja é cada vez mais rigorosa com isso."

Considera a homossexualidade um tema "em aberto" e "delicado". "Eu acredito que não é um assunto em que você possa dizer 'estão todos condenados, vão todos pro inferno'. Acho que vamos ter muitas surpresas no céu." E compara a questão a um pêndulo. "Da repressão, estamos indo para o outro extremo, uma liberalidade. Eles mesmos [os gays] estão se dando conta de que há exageros, não precisa ser assim. Acredito que vamos caminhar para um equilíbrio."

Médicos paralisam atividades na terça

A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) marcou para esta terça (12) uma paralisação da categoria em protesto contra a Medida Provisória (MP) nº 568, de 2012, que, segundo a entidade, reduz o salário dos médicos do serviço público federal em 50%. “A medida é considerada pelo presidente da entidade, Cid Carvalhaes, como um enorme retrocesso em um país já tão castigado pela carência do Sistema Único de Saúde [SUS] e pela desvalorização dos profissionais de medicina”, diz, em nota, a Fenam. “As entidades médicas compreendem que a MP traz a determinados setores do funcionalismo avanços importantes, que devem ser mantidos e até ampliados. Entretanto, particularmente nos artigos 42 e 47, prejudica os atuais e futuros servidores médicos, dobrando jornadas sem acréscimo de vencimentos, reduzindo a remuneração em até metade e cortando valores de insalubridade e periculosidade. As perdas atingem, inclusive, aposentados (e pensionistas), que tanto já se dedicaram ao serviço público, enfrentando baixos salários e condições de trabalho adversas”, completa.

Perillo e Agnelo têm chance mínima de cassação
Acusados de envolvimento no esquema Cachoeira, os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), têm chance quase zero de perder seus cargos. Os dois possuem apoio de ampla maioria na Assembleia Legislativa e na Câmara Distrital, onde só mais de dois terços dos votos poderiam cassá-los. Perillo conta com 25, de 41 deputados; e Agnelo com 19, dos 24. Processo lento seria uma outra possibilidade para cassação de mandato, que é por sentença judicial transitada em julgado, o que pode demorar anos ou nem acontecer. 
 
Apoio providencial
O Governador de Goiás busca apoio para fugir do marasmo.Cada vez mais enrolado com a venda de sua casa, onde Cachoeira foi preso, Marconi Perillo tem procurado membros da CPI para se explicar. A maratona dos dois governadores não é nada fácil, ambos terão depoimento nesta semana, precavido, Agnelo Queiroz recrutou equipe para prepará-lo com treinos diários.

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