segunda-feira, 11 de junho de 2012

Escandâlos não estancam no PT, quanto mais mexe mais corrupção



O estadão


ESCÂNDALO NO BNB ENVOLVE POLÍTICOS DO PT

Às vésperas do julgamento do mensalão, a Controladoria-Geral da União (CGU) descobriu novo esquema de desvio de recursos no Banco do Nordeste (BNB), entre o fim de 2009 e o início de 2011. A auditoria, feita pela CGU e pelo banco, detectou fraudes de R$ 100 milhões na liberação de crédito para investimentos e compra de carros e máquinas. Segundo a revista Época, os recursos foram creditados para empresários ligados ao PT do Ceará. A suspeita é de que dez militantes estejam envolvidos. Conforme a auditoria, a empresa dos cunhados do atual chefe de gabinete do BNB, Robério Gress do Vale, recebeu R$ 12 milhões. Ele foi o quarto maior doador, pessoa física, da campanha de 2010 do atual deputado José Guimarães (PT-CE), irmão do ex-presidente do PT José Genoíno. Guimarães (foto) foi seu maior doador, como pessoa física. Em seguida, vêm José Alencar Sydrião Júnior, diretor do BNB e filiado ao PT, e o também petista Roberto Smith, ex-presidente do banco.
O atual presidente, Jurandir Vieira Santiago, foi o 11.º. Em julho de 2005, auge do escândalo do mensalão, um assessor do então deputado estadual José Guimarães foi detido em São Paulo com US$ 100 mil em espécie, dentro da cueca. Na ocasião, as investigações apontaram que o dinheiro era propina recebida pelo então chefe de gabinete do BNB e ex-dirigente do PT Kennedy Moura. O promotor do caso, Ricardo Rocha, afirmou que vê grandes indícios de esquema de caixa 2 para campanhas eleitorais. Em entrevista ao Estado, Guimarães nega tráfico de influência no BNB e se diz revoltado com o envolvimento de seu nome com o suposto desvio. Robério Gress do Vale, chefe de gabinete do presidente do BNB, Jurandir Satiago, diz que não passam por ele processos de concessão de crédito e que não tem nenhum envolvimento no caso.

Mensalão: o que não foi investigado, por Ilimar Franco
Ilimar Franco, O Globo
A menos de dois meses do julgamento do mensalão, policiais federais que atuaram nas investigações lembram que muitas coisas que reforçariam a denúncia contra os réus não foram adiante. Na época, não se autorizou buscas nas casas do ex-ministro José Dirceu, do ex-presidente nacional do PT José Genoino, e do publicitário Marcos Valério. A PF queria ouvir o presidente Lula, mas a PGR segurou o pedido. Interceptações telefônicas não foram permitidas, assim como investigações no Banco do Brasil e rastreamento de contas no exterior. “Se tiver absolvição, lavo as minhas mãos”, disse um dos agentes envolvidos.

Lei Eleitoral: transgressões a preços camaradas, por Mary Zaidan

 
Em um país em que há iguais menos iguais, onde alguns não são pessoas comuns, como, didaticamente, explicou o ex-presidente Lula ao defender, em 2009, o senador José Sarney dos crimes de nepotismo e de edição de atos secretos, leis são utensílios descartáveis. Leis eleitorais, então, passam longe dos candidatos poderosos e dos coronéis da vez.
Impera no País a “cultura da transgressão”, lamentada em meados de maio pelo ministro Marco Aurélio Mello na sessão do TSE que reduziu de R$ 900 mil para R$ 20 mil a multa aplicada ao então chefe da nação Luiz Inácio Lula da Silva pela distribuição, em 2006, de um milhão de cartilhas Brasil, um País de todos, comparando a sua gestão com a do antecessor Fernando Henrique Cardoso.
Por se tratar de propaganda extemporânea e imprópria, nenhum dos juízes contestou o crime. Ninguém livrou Lula de culpa. Amenizou-se a multa e pronto. “Transgredir sai barato”, concluiu Mello, com precisão.
Baratíssimo.
Por exemplo. A propaganda antecipada pró-José Serra no horário eleitoral do PSDB veiculado em abril, valeu multa de R$ 5 mil para o candidato e de outros R$ 5 mil para o partido, em ambos os casos passíveis de recurso.
Fernando Haddad e o PT também foram multados com valores idênticos. Campanhas milionárias podem pagar centenas de multinhas sem sequer triscar no orçamento. Elas são mais baratas do que porta-bandeirolas plantadas nas esquinas.
As punições não incomodam bolsos e nem produzem qualquer outro efeito. Parecem fazer parte daqueles casos de leis que não pegam, uma invenção tropical inusitada para pecar sem culpa. Se assim é, melhor seria mudar a lei.
De acordo com o calendário eleitoral, candidatos e partidários só podem pedir votos depois de 6 de julho. Mas como não é “uma pessoa comum”, Lula sente-se no direito de ir a um programa de auditório levando a tiracolo o candidato que escolheu para disputar a Prefeitura de São Paulo e de apresentá-lo como tal ao respeitável público.
Também não se constrange em incensar a reeleição de Eduardo Paes no Rio, em cerimônia oficial, ao lado do próprio prefeito e do governador Sérgio Cabral.
Tudo livre, leve e solto, ainda que sob os olhos daqueles que têm o dever de zelar pelo cumprimento das leis.
Não que isso seja novidade. É algo que se repete eleição sim, outra também. A maioria dos fora da lei sabe que o acerto de contas é pechincha.
Mas se degringola ano a ano, especialmente depois da vitória da presidente Dilma Rousseff, para quem Lula fez campanha não apenas por alguns meses antes da data legal, mas por mais de ano. Deu certo.
E saiu barato. Baratíssimo.



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