Quando discute-se sobre educação afirmamos categoricamente que o papel da família na formação
da criança é indelegável.Na minha opinião,esse assunto costumeiramente deve ser enfocado com mais consistência nas reuniões
de pais nas escolas. Tem sido prática comum a atitude de
alguns deles de atribuirem à escola a responsabilidade única pela formação de
seus filhos. Sem dúvida alguma a instituição-escola é fundamental nesse
processo, todavia sua atuação não substitui, por nenhum instante, o
papel imprescindível dos pais na construção de um sujeito moral
consciente.
Cada
vez mais me assusta a transferência de responsabilidade nessas
“relações”. Os pais, muitas vezes, entregam seus filhos na escola e
dizem: “se virem”. Tal fato é extremamente preocupante e raiz dos
desmantelos que assistimos no mundo atual: crianças e adolescentes se drogando, prostituindo-se, cometendo delitos de toda natureza.
Fica
patente que a educação pressupõe partilha,divisão de papéis,
responsabilidade e compromisso.A família é o primeiro referencial de
qualquer ser humano. Nela se deve aprender os limites de nossa atuação, a
compreensão das diversidades e
o respeito ao outrem. Crianças criadas sem limites, sem percepção de
que suas atitudes geram consequências, tornam-se adultos problemáticos
com sérias dificuldades de relacionamento, propensos a comportamentos
neuróticos, culminando até numa personalidade deliquente.
Isso impõe, com efeito, a compreensão da necessária intervenção dos pais no processo de formação dos
filhos, através do diálogo e, principalmente, do afeto. Não há
bilateralidade construtiva numa relação a dois sem a experimentação do amor.
O amor que exige entrega, doação, comprometimento e renúncia. Colocar
os filhos no mundo não é apenas um ato sequencial da evolução, muito
menos um atributo exigido pela sociedade. Trata-se, na verdade,de uma
missão que tem dia para começar mas não se sabe a data de seu término.Se
a isso nos propomos, devemos compreender que nosso papel como pais é
indelegável e nos exigirá uma atuação constante, permanente e
ininterrupta. Esse é preço das nossas escolhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário