
O Ceará tem a maior taxa de positividade em exames utilizados para detectar a presença de variantes da covid-19, segundo pesquisa realizada pelo Observatório Covid-19, feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Conforme estudo divulgado nesta quinta-feira (4), 71,1% das amostras coletadas no Ceará positivaram para a presença de mutações da covid-19, incluindo a P1, identificada primeiramente em Manaus, no estado do Amazonas, a B.1.1.7, oriunda do Reino Unido e a B.1.351, encontrada primeiro na África do Sul.
No Ceará, conforme noticiado anteriormente pelo O Otimista, 190 pacientes, sendo 95 do sexo masculino e 95 do sexo feminino, estavam com suspeita de infecção decorrente da variante oriunda de Manaus. Os exames foram analisados pelas sedes da Fiocruz no Ceará e no Amazonas, por meio de sequenciamento total.
A pesquisa foi realizada em outros sete estados brasileiros, tendo outros dois do Nordeste, além do Ceará: Pernambuco (50,6%) e Alagoas (42,6%). Segundo a Fiocruz, apenas dois não tiveram prevalência da mutação associada às variantes de preocupação superior a 50 %: caso de Minas Gerais, com 30,3% das amostras testadas como positivo para a mutação e, em Alagoas, com 42,6%. Nos demais estados, mais de 50% das amostras foram identificadas com a mutação associada às ‘variantes de preocupação’.
Novos estudos e medidas rígidas
O estudo indica que, apesar de, até o momento, não ter sido observada uma clara associação dessas variantes com uma evolução clínica mais grave, é fundamental a necessidade de estudos adicionais para determinar o real impacto e possível influência dessas variantes na dinâmica de ocorrência da doença.
O surgimento de novas variantes, que, segundo o estudo, combinam tanto o potencial de serem mais transmissíveis, como contextos que favorecem a transmissão por conta da ausência de medidas de mitigação, surge a necessidade imediata de adoção ampla de medidas não farmacológicas de proteção com o objetivo de reduzir a velocidade da propagação e o crescimento do número de casos, como a adoção do isolamento social. A pesquisa sugere a ampliação da capacidade assistencial em todos os níveis, incluindo leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com covid-19, bem como a aceleração da vacinação para toda a população coordenada pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS).
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