Atuando na linha de frente da segurança pública, os policiais fazem
parte de uma das categorias que não podem ficar em casa durante o
momento de isolamento social pelo qual passa o Estado. Com isso,
aumenta-se o risco de infecção pela doença. No Ceará, cerca de 280
Policiais Civis já foram afastados, uns diagnosticados positivamente e
outros aguardando o resultado, porém com sintomas e, portanto, sob
suspeita.
De acordo com o Portal da Transparência, o efetivo total de Policiais
Civis no Estado é de 5.383. Destes, pouco mais de dois mil já são
aposentados, o que faz o número de agentes ativos ainda menor. A
categoria representa um dos serviços essenciais e atua, principalmente,
em ambientes fechados, com atendimento direto à população de diversos
bairros.
“Mesmo com receio de levar a doença para nossa família, na delegacia
não pode escolher quem atender. Recebemos e ouvimos quem precisar do
nosso apoio profissional. Também não podemos deixar de prestar socorro,
inclusive humanitário, a exemplo da arrecadação de mais de três
toneladas de alimentos que temos distribuído para comunidades carentes”,
explica Dr. Gustavo Pernambuco, atual Presidente da Associação dos
Delegados de Polícia Civil do Ceará (Adepol-CE) e que também teve a
doença, mas de forma leve.
Após uma cobrança por parte da Associação dos Delegados e do
Sindicato dos Policiais Civis foram disponibilizados EPIs para os
policiais civis uma vez que “esses profissionais não podem deixar de
circular na cidade, até porque é da natureza da investigação,
principalmente em face ao aumento da criminalidade fruto do
enfrentamento das facções”, lembra Dr. Gustavo.
Em abril deste ano, o delegado da Polícia Civil Milton Castelo Filho,
então presidente da Adepol-CE, faleceu aos 61 anos, vítima do Covid-19.
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