Muitos estão na escola há anos, mas não têm autonomia suficiente para elaborar ou apreciar um texto.As avaliações apontam que, 68,4% dos alunos do 6º ano não alcançaram a pontuação considerada mínima em Língua Portuguesa pela organização não governamental (ONG) Todos pela Educação, que é de 200 pontos. Quer dizer, elas não têm capacidades plenas de compreender, interpretar, criticar e produzir conhecimento. Ou seja, podem ser consideradas analfabetas.
Esse grave problema, embora tenha raízes nos anos iniciais de escolaridade, precisa receber atenção assim que diagnosticado, seja lá qual for a idade do estudante e o ano em que está matriculado. O adolescente não pode se tornar o centro de uma situação em que ninguém se responsabiliza pela questão ou, pior ainda, em que o professor de Língua Portuguesa é apontado como o culpado por ela.
Não saber ler e escrever implica em consequências para o estudo de todas as disciplinas. "Sem compreender textos e enunciados, o aluno vai ficando cada vez mais para trás em relação ao grupo", explica a educadora Maria Inês Pestana, ex- diretora de Estatísticas Educacionais e de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O resultado é uma pessoa excluída do processo de aprendizagem.
Identificar a falta de familiaridade de alguns estudantes com a leitura e a escrita requer muita atenção e sensibilidade dos educadores. Há jovens que se recusam a ler em voz alta e não compõem textos por conta própria, escrevendo somente palavras decoradas. Outros só copiam o que está no quadro ou no caderno do colega, sem saber realmente o que estão fazendo - são os copistas. Existem ainda os que se comportam de modo indisciplinado ou apático. Tudo para camuflar o problema, já que se sentem envergonhados. "Culpar o estudante ou tachá-lo de incompetente é inadmissível. Dessa forma, ele vai cumprir a profecia do fracasso. Cabe ao educador enxergá-lo como alguém capaz de aprender, além de diagnosticar o que ele sabe, para usar isso a favor do que precisa ser conquistado
O processo de alfabetização de adolescentes deve condizer com a etapa de desenvolvimento psicogenético deles e levar em conta o meio sociocultural em que se encontram. Atividades permanentes de leitura e de reflexão sobre a escrita, com material adequado à faixa etária e foco no combate às principais dificuldades, são a chave do ensino. Afinal, só decifrar o sistema de escrita é pouco para quem tem muita vontade (e direito!) de aprender.
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