Além da Rede, de Marina Silva, 6 outros grupos tentam criar novas legendas
O Partido Pirata do Brasil, inspirado em legendas de outros países que defendem o
compartilhamento de conhecimento por meio digital, publicou no Diário
Oficial da União o seu estatuto.
Esse ato é
um dos passos obrigatórios para quem quer criar um partido. Primeiro, é
necessário realizar uma convenção com 101 fundadores, o que já foi feito
pelos piratas. Eles ainda precisam coletar 492 mil assinaturas, em 9
Estados diferentes, validá-las nos cartórios eleitorais e enviar toda a
documentação ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília.
Publicar
o estatuto no Diário Oficial custou R$ 11.844,30, arrecadados por meio
de doações via internet, segundo os ativistas. Eles escolherem como
sigla o termo Piratas.
O programa do partido tem pontos
inovadores. Defende a divulgação na internet, em formato amigável, dos
dados de arrecadação pública, aplicação de recursos e acompanhamento da
execução de políticas.
Estabelece como princípio a neutralidade na
rede (igualdade na velocidade de acesso para qualquer site), ponto
polêmico que hoje atravanca a aprovação do Marco Civil da Internet pelo
Congresso. Também propõe ampliar as ferramentas de consulta direta à
população e quer revisar a lei de direitos autorais, de forma a permitir
o compartilhamento de informações e “valorizar o trabalho dos autores”.
Já
o estatuto preserva algumas práticas tradicionais de outras legendas.
Entre elas, a destinação ao partido de 10% a 20% do salário de todos os
filiados ocupantes de cargo eletivo ou de confiança. Também obriga que
todos eleitos para mandatos legislativos votem conforme “os termos
deliberados pelo partido”, em um parágrafo a fazer inveja ao centralismo
democrático utilizado pelo PC do B.
Outros partidos. Além do Piratas, outros 6 partidos tentam obter seu registro na Justiça Eleitoral: o Rede (Rede Sustentabilidade), de Marina Silva, o Solidariedade, comandado pelo deputado Paulinho da Força (PDT-SP), o PLB (Partido Liberal Brasileiro), o Pros Partido Republicano da Ordem Social, o Arena (Aliança Renovadora Nacional) e o Novo.
O
PLS, o Pros e o Solidariedade estão mais pertos de obter o registro.
Seus pedidos já passaram por análise preliminar do TSE e aguardam
parecer do Ministério Público Eleitoral. O Rede ainda discute com o TSE a
forma de validação das assinaturas.
O PLB corre o risco de ser
esvaziado. O partido foi idealizado pelo deputado estadual do Rio
Domingos Brazão (PMDB), que havia rompido com o governador Sérgio Cabral
(PMDB). Em agosto, para dissuadir Brazão da iniciativa, Cabral deu-lhe a
liderança do partido na Assembleia Legislativa e a presidência da
Comissão de Constituição e Justiça.
O Arena, mesma sigla do
partido criado pela ditadura militar (1964-1985) para sustentar o
regime, pediu na 6ª feira (30.ago.2013) ao TSE um “registro provisório”
para disputar as eleições de 2014 sem comprovar as 492 mil assinaturas
de apoio obrigatórias.
O Novo, que se propõe a defender o
liberalismo e o Estado mínimo, está na fase de validação de assinaturas e
ainda não pediu o registro definitivo ao TSE. Afirma ter 150 mil
assinaturas validadas pelos cartórios e 520 mil em análise.
Leia abaixo o nome dos líderes de cada partido, quando o registro foi solicitado ao TSE e o ministro relator do pedido:
Aliança Renovadora Nacional (Arena)
Líder: Cibele Bumbel Baginski (presidente)
Data do pedido de registro no TSE: 30.mai.2013
Ministra relatora: Luciana Lóssio
Líder: Cibele Bumbel Baginski (presidente)
Data do pedido de registro no TSE: 30.mai.2013
Ministra relatora: Luciana Lóssio
Partido Liberal Brasileiro (PLB)
Líder: Domingos Brazão
Data do pedido de registro no TSE: 20.fev.2013
Ministro relator: Castro Meira
Líder: Domingos Brazão
Data do pedido de registro no TSE: 20.fev.2013
Ministro relator: Castro Meira
Partido Novo (Novo)
Líder: João Dionísio Amoedo (presidente)
Data do pedido de registro no TSE: Ainda não pediu
Líder: João Dionísio Amoedo (presidente)
Data do pedido de registro no TSE: Ainda não pediu
Partido Pirata do Brasil (Piratas)
Líderes: Alexsandro Albuquerque, Kristian Pasini e Henrique Peer (secretários-gerais)
Data do pedido de registro no TSE: Ainda não pediu
Líderes: Alexsandro Albuquerque, Kristian Pasini e Henrique Peer (secretários-gerais)
Data do pedido de registro no TSE: Ainda não pediu
Partido Republicano da Ordem Social (Pros)
Líderes: Euripedes Gomes de Macedo Júnior e Henrique José Pinto (presidente e presidente de honra)
Data do pedido de registro no TSE: 22.mai.2013
Ministra relatora: Laurita Vaz
Líderes: Euripedes Gomes de Macedo Júnior e Henrique José Pinto (presidente e presidente de honra)
Data do pedido de registro no TSE: 22.mai.2013
Ministra relatora: Laurita Vaz
Rede Sustentabilidade (Rede)
Líder: Marina Silva
Data do pedido de registro no TSE: 26.ago.2013
Ministro relator: Laurita Vaz
Líder: Marina Silva
Data do pedido de registro no TSE: 26.ago.2013
Ministro relator: Laurita Vaz
Solidariedade
Líderes: Paulinho da Força e Marcílio Duarte Lima
Data do pedido de registro no TSE: 24.jun.2013
Ministro relator: Henrique Neves
Líderes: Paulinho da Força e Marcílio Duarte Lima
Data do pedido de registro no TSE: 24.jun.2013
Ministro relator: Henrique Neves
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