Conheça quais as manias que devem ser evitadas para preservar seu automóvel
Além
do cumprimento de leis e da manutenção preventiva do veículo, a maneira
de conduzir é outro fator de suma importância para a segurança no
trânsito. Os bons hábitos ao volante podem evitar acidentes, como também
prejuízos no funcionamento dos veículos. No entanto, tais hábitos ainda
não são tão comuns na maioria das cidades do país.
Nos
últimos anos, com o expressivo aumento do volume de carros, trafegar
pelas vias brasileiras tem se tornado uma tarefa estressante. Diante
disso, muitos motoristas buscam formas mais confortáveis de dirigir, mas
às vezes acabam por cair nos chamados vícios ao volante. Para
esclarecer como manias ao dirigir podem prejudicar os veículos, o Yahoo
conversou com Juan Carlos Horta Gutiérrez, Doutor em Engenharia Mecânica
pela Escola de Engenharia de São Carlos - USP.
A seguir, você confere um pequeno guia com os principais vícios ao volante e os problemas que cada um pode ocasionar.
Descansar o pé no pedal de embreagem
Esse
é um dos vícios mais praticados e talvez o mais difícil de ser
corrigido. São muitos os motoristas acostumados a deixar o pé apoiado na
embreagem, enquanto dirigem. Porém, essa mania pode custar caro. A
pressão exercida, mesmo aparentemente pequena, pode prejudicar a
embreagem acelerando o desgaste do disco, molas e rolamentos em até 40%.
Dirigir com a mão apoiada na alavanca de câmbio
Muitos
carros não apresentam aquele apoio central para o braço direito do
condutor. Daí que alguns motoristas já acostumados com o assessório,
passam a apoiar a mão na alavanca de câmbio, para se sentirem mais
confortáveis, ao dirigir. Porém, tal hábito acaba por forçar o
trambulador, peça fundamental na ligação entre o câmbio e as engrenagens
da transmissão, desgastando seus terminais. A mania também é
responsável por diminuir a vida útil das engrenagens envolvidas.
Dar a última acelerada antes de desligar o carro
Esse é certamente um daqueles vícios que passam de pai para filho. O Professor Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais,
Juan Carlos Horta Gutiérrez explica a origem desse vício e o que pode
ocasionar. "Antigamente, isso era utilizado para deixar combustível nas
linhas de fornecimento para o motor, o que facilitaria a próxima partida
dele, ou para deixar os componentes do motor melhor lubrificados. Nos
motores atuais, já não é mais necessário. Dar a última acelerada pode
prejudicar a correta lubrificação e vida útil do motor, inclusive do
catalisador", aponta Juan. Além do desgaste do motor, essa antiga mania
ainda leva ao desperdício de combustível.
Conduzir o carro em ponto morto em longas descidas
Popularmente
conhecida como "banguela", tal "estratégia" é utilizada por motoristas
que acreditam economizar combustível ao dirigirem dessa forma. Porém, o
especialista em engenharia automobilística, Juan Carlos Horta afirma que
"nos carros de injeção eletrônica, o que acontece é justamente o
oposto".
Além do aumento no consumo de combustível, a prática
pode acarretar em outros problemas, segundo Horta. "Esse modo de dirigir
não aproveita a possibilidade de controlar a velocidade do carro com
ajuda do trem de força (motor e transmissão) e com isso reservar os
freios para uma freada de emergência se necessário. Na banguela, o
motorista usa frequentemente os freios para o controle da velocidade de
descida e o resultado disso é uma sobrecarga no sistema de freios do
automóvel", pontua Juan.
Passar em lombadas com apenas duas rodas na diagonal
Alguns
condutores, quando estão em alta velocidade e, subitamente, avistam um
quebra-molas decidem por frear e em seguida passar transversalmente (uma
roda por vez) pelo obstáculo. Porém, essa manobra também pode trazer
sérias consequências para o bom funcionamento do veículo, conforme
alerta Juan Carlos Horta. "Isso pode provocar a torção da carroçaria se
não for feito cuidadosamente, passando em baixa velocidade. Além disso,
pode danificar componentes da suspensão como amortecedores e buchas,
assim como do sistema de direção (juntas homocinéticas), rolamentos e
etc", explica o especialista.
Conduzir com o tanque na reserva
Dirigir
com cinco litros ou menos de combustível no tanque pode até garantir o
funcionamento do sistema de alimentação, mas é insuficiente para
proteger a bomba de combustível de seu veículo. "Nos veículos com
injeção eletrônica, a bomba de combustível fica submersa dentro do
depósito de combustível e é elétrica, e não mecânica. Logo, o nível de
combustível deve ser suficiente para garantir a lubrificação e o
arrefecimento da bomba, possibilitando seu funcionamento. Quando o nível
de combustível diminui muito, ou seja, entra na reserva, o
funcionamento e a proteção da bomba podem ficar comprometidos", ressalta
Juan Carlos Horta.
Frear em buracos dos quais não conseguiu desviar a tempo
Se
não puder desviar de um buraco, não freie. Segundo Juan Carlos Horta,
tal manobra aumenta o impacto e sobrecarrega a suspensão e o próprio
sistema de freios. "O fato de frear ao passar por um buraco fará com que
a roda transmita o impacto da batida para a suspensão podendo ocorrer
danos maiores que se tivéssemos atravessado o obstáculo naturalmente. Ao
frear, a suspensão fica rígida e perde sua capacidade", alerta Juan
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