‘Cristo bota fé nos jovens’, diz Papa no Palácio Guanabara

Do Globo:
RIO — Depois de desembarcar na Base Aérea do Galeão e passear de
papamóvel no Centro, o Papa Francisco participou de uma cerimônia com
Dilma Rousseff no Palácio Guanabara, em Laranjeiras. A presidente disse
que o Pontífice é sensível aos anseios dos brasileiros por justiça
social.
— Sabemos que podemos encarar novos desafios e tornar nossa realidade
cada vez melhor. Democracia, como sabe Vossa Santidade, gera desejo de
mais democracia. Qualidade de vida desperta anseio por mais qualidade de
vida — discursou ela.
— A juventude brasileira clama por mais
direitos sociais, mais educação, melhor saúde, mobilidade urbana. Os
jovens exigem respeito, ética e transparência. Querem que a política
atenda aos seus anseios e não seja território das regalias. Os jovens
querem viver plenamente. Estão cansados da violência que muitas vezes os
tornam a principal vítima.
Falando em português, o líder religioso cumprimentou o governador
Sérgio Cabral, “que amavelmente nos recebeu na sede do governo”, e falou
do objetivo de sua viagem ao Brasil:
— Não tenho ouro, nem prata. Mas trago o que de mais precioso me foi
dado: Jesus Cristo. Venho em seu nome para alimentar a chama de amor
fraterno que arde em cada coração.
O principal tema do pronunciamento do Papa foi a importância de se aproximar dos jovens.
— Vim para encontrar com os jovens que vieram de todos os cantos do
mundo, atraídos pelos braços abertos do Cristo Redentor. Esses jovens
falam línguas diferentes, mas encontram em Cristo as respostas para as
mais altas e comuns aspirações. Cristo bota fé nos jovens e confia-lhes o
futuro de sua própria causa. Também os jovens botam fé em Cristo: não
temem arriscar a única vida que possuem, pois sabem que não serão
desiludidos — disse, afirmando ainda que “energia alguma pode ser mais
potente que aquela que se desprende do coração dos jovens”. — A
juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo.
Francisco concluiu o discurso no seu primeiro compromisso oficial defendendo o diálogo.
— Peço a todos a delicadeza da atenção, e, se possível, a necessária
empatia para esse diálogo de amigos. Nesta hora, os braços do Papa se
alargam para abraçar a nação brasileira na sua complexa riqueza humana,
cultural e religiosa — disse, citando várias regiões do Brasil, como
Amazônia e Pantanal. — Dos vilarejos às metrópolis, ninguém se sente
excluído do afeto do Papa.
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