Existem motivos para se comemorar o 15 de novembro? Não, claro que não! (por Gerhard E. Boehme)
Gerhard E. Boehme desenvolve o assunto numa resposta que redigiu
aos comentários feitos pelo Coronel Amarcy de Castro e Araújo Pens. O
Brasil perdeu muito tempo com a quartelada que destronou a Família
Imperial e interrompeu o processo de crescimento da nação. Restaurar a
Monarquia é recuperar o tempo perdido.
De longe a Monarquia traz maiores vantagens para a gestão de um
povo, como bem nos mostram os resultados do que foi o Brasil na sua
época, e não tivemos a necessidade de uma Guerra Civil nas proporções
que tiveram os norte-americanos. A questão é que o Brasil parou no
tempo, senão retrocedeu após 1889, basta ver as nossas ferrovias, as
quais estão somente agora ocupando sua devida importância graças à
excelente gestão da ALL – América Latina Logística.
Em todo o mundo a monarquia constitucional apresentou e apresenta
mais vantagens que o presidencialismo, uma vez que este somente teve
sucesso nos países ditos germânicos e onde o federalismo se faz presente
(Alemanha, Áustria Suíça e Estados Unidos).
A questão não é a volta ao passado, mas a busca de um futuro que nos foi tirado.
Defender a monarquia é uma forma de sairmos do buraco em que nos
encontramos, é reconhecer a importância do poder moderador, e a
possibilidade de termos um parlamentarismo correto e não às avessas,
como atualmente, já que atualmente primeiro elegemos o
“primeiro-ministro”, para ele então compor a base aliada, ou melhor a
“base afilhada”. Temos um país ingovernável.
Tivéssemos um Duque de Caixas ainda vivo, a quartelada, que foi a
“Proclamação da República”, não teria ocorrido. Concordo contigo que a
realidade da época era diferente da atual. Mas veja que 8 das 12 maiores
economias são monarquias constitucionais. Quanto a uma maioria
expressiva de incultos, infelizmente nada mudou, também não tivemos a
possibilidade de ação de um dos mais ilustres brasileiros de então, o
qual seguramente seria um dos homens do III Império: Engenheiro André
Pinto Rebouças.
Não devemos pôr a culpa nos portugueses, índios e negros, a questão é a forma de gestão.
Devemos comemorar com fervor o 7 de setembro, mas quanto ao 15 de
novembro, nada a comemorar. A “Proclamação da República” foi uma
quartelada que não contou com o apoio, nem mesmo dos militares. Na
Marinha encontrou tão somente forte oposição. Seus primeiros anos foram
caracterizados por uma profunda perseguição que não teve paralelo em
nossa história, nem mesmo durante seus dois mais conhecidos períodos de
exceção: O Estado Novo e o Regime Militar. E para tal é fundamental
conhecê-la.
O Brasil não nasceu República, com uma quartelada que hoje
denominamos de “Proclamação da República” – um golpe, hoje vivemos uma
grave distorção, tornamo-nos uma ré-pública (…, ou seria rês-pública? Ou
república?) sem a concordância de qualquer referendo, adiado por cem
anos de memórias perdidas e sem a oportunidade de um debate consistente
em 1993. No plebiscito de 21 de abril de 1993 a monarquia recebeu,
aproximadamente, sete milhões de votos (13% dos votos válidos} e, nesta
época uma pesquisa do Datafolha mostrava que 21% da população era
monarquista ou simpatizante.
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