O vazamento do plano de reestruturação da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), que prevê o fechamento de 513 agências e a demissão de mais de 5,3 mil funcionários em todo o País, gera apreensão entre funcionários e usuários do serviço no Ceará. Ainda não se sabe o quantitativo que será executado no Estado e nem a partir de quando as mudanças começam. Mas, nas ruas, a preocupação é de que ocorra sobrecarga de trabalho e piora na qualidade do serviço. O presidente interino dos Correios, Carlos Fortner, em entrevista ao Estadão, informou que o plano aprovado pela Diretoria e pelo Conselho de Administração no início deste ano está mantido, mas pode ser que os números aumentem ou diminuam em função da análise de cada caso em específico, processo que ainda não foi encerrado.
Sobre o assunto
Segundo ele, as mudanças ocorrerão em etapas. O primeiro passo seria
encerrar as agências que funcionam em imóveis alugados, mas que estão
próximas daquelas que funcionam em prédio próprio. Em seguida, extinguir
as que estão perto de outras que também tenham unidade própria. Somente
em um terceiro momento ocorreria a substituição por franqueadas.
No Ceará, existem 209 agências dos Correios e apenas dez funcionam
em imóvel próprio da empresa. Do total, há ainda 27 terceirizadas no
Estado. Destas, 21 são franqueadas do último processo de licitação, de
2011, que possibilita a oferta de todos os serviços, menos os de banco
postal. As demais são permissionárias que possuem lista de atividades
mais restrita. Nestes locais, não é possível, por exemplo, fazer
contratos mensais com empresas, apenas pagamentos à vista.
Em Fortaleza, são 19 agências dos Correios. Mesmo tendo duas
unidades próximas de onde mora, no bairro do Henrique Jorge, o músico
Cláudio George, 32 anos, fica receoso com o enxugamento do quadro. Ele
participa de uma rede de compra e venda de instrumentos musicais e
costuma usar os serviços da empresa pública pelo menos três vezes por
mês. “Para nós, usuários, é muito complicado porque hoje eles cobram
caro por um serviço ineficaz. Uma encomenda que era para chegar em dez
dias úteis se transforma em dois, três meses. Se reduzir o número de
agências e funcionários, provavelmente, a tendência é piorar. Já têm
umas que nem aceitam cartão de crédito”, afirma o músico.
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