Com os índices de violência do Brasil, seja no trânsito ou fora dele, ter um seguro para o veículo há muito tempo deixou de ser uma opção. Mas você sabe como é calculado o valor que será cobrado pelas seguradoras? Essa é uma dúvida comum entre os proprietários, que muitas vezes se baseiam no valor que outras pessoas pagam e não entendem porque, às vezes, há diferenças significativas mesmo com modelos semelhantes e motoristas da mesma idade ou que moram no mesmo lugar.
Há quem acredite que o valor cobrado para a proteção do seu veículo será próximo ao que o vizinho pagou, por exemplo. Porém, não é bem assim que as seguradoras fazem seus cálculos, já que várias informações adicionais pesam para chegar ao preço final. A seguir, confira algumas das mais importantes nesse processo.
Dados do automóvel
As seguradoras precisam fazer uma análise sobre o bem que irão proteger. Para isso, solicitam informações sobre o modelo do veículo, já que o risco é atribuído de forma diferente para cada um deles (alguns são mais visados por ladrões, por exemplo), sobre a versão e o ano (veículos mais novos tendem a ter preço de seguro mais elevado) e o valor de mercado. Neste último parâmetro, quanto mais alto o valor do seu veículo, maior será o valor do seguro. Isso ocorre porque a seguradora irá desembolsar um valor maior de indenização.
Perfil do motorista
Informações sobre o proprietário e o motorista são muito importantes. As seguradoras precisam obter não apenas o perfil do dono do veículo como também de quem vai dirigi-lo. Por isso, se o seguro é contratado no nome da esposa, mas quem mais dirige o carro é o seu marido, essa informação é considerada. Se ocorrer um acidente (que as seguradoras chamam de “sinistro”), é fundamental que ele também conste no contrato como condutor.
Na hora de informar sobre o condutor principal e outros condutores, alguns dados são mais relevantes para as seguradoras:
– Idade: jovens possuem maior probabilidade de se envolver em acidentes;
– Sexo: seguro auto para mulheres tende a ser mais barato. Isso acontece porque estatisticamente elas são mais prudentes no trânsito;
– Região onde o proprietário do veículo mora: em alguns lugares o índice de violência é mais alto que em outros, aumentando, por exemplo, o risco de roubo;
– Histórico do motorista: é feita uma análise para saber se ele perdeu pontos na carteira e se já se envolveu em acidentes.
Uso do carro
Um veículo cujo proprietário mora em um prédio com garagem e só sai uma vez por dia fica menos exposto do que o de alguém que passa o dia rodando ou precisa deixa-lo estacionado na rua por várias horas todos os dias. Essas diferenças também são consideradas pelas seguradoras, na hora do cálculo. Veja alguns dos principais itens que elas estabelecem na análise no quesito uso do carro:
– Garagem: é verificado se o veículo fica na garagem da residência e do local de serviço e se esta é ou não coberta (ficar exposto o dia inteiro pode danificar a pintura e a lataria, por exemplo);
– Função: se o veículo é usado para fins comerciais, o valor será mais elevado;
– Compartilhamento: quantas pessoas utilizam o veículo, além do condutor principal;
– Franquia: é um valor que o proprietário tem de pagar caso precise usar o seguro. No ato da aquisição, ele pode optar: quanto maior a franquia, menos pagará pelo seguro, e vice-versa.
Coberturas inclusas pelas seguradoras
Existem coberturas básicas que são exigidas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), o órgão responsável pelo setor de seguros no Brasil. No entanto, cada seguradora pode oferecer planos com serviços extras. Esses adicionais, obviamente, também vão influenciar o valor final contratado.Essas coberturas extras incluem itens como carro reserva (você pode optar pelo tempo que deseja ficar com um, caso sofra acidente. O período pode ser de sete ou 15 dias, por exemplo. Cada um tem um custo diferente), cobertura para acessórios, retrovisores, lanternas, faróis ou equipamentos, higienização para caso de alagamento, descontos em oficinas, chaveiro e reboque.
Como pagar menos no valor do seguro?
Para economizar na contratação do seguro auto, você deve começar fazendo várias cotações e comparar os serviços de cada seguradora. Nessa hora, é importante verificar, além do valor cobrado, quais coberturas e serviços cada uma delas oferece.
Além disso, você pode solicitar desconto na renovação do seguro através do bônus que cada seguradora oferece. Podem ser contemplados os clientes que não acionaram o seguro ou quem renova o contrato antes do término. Verifique como a seguradora escolhida trabalha em relação a esse benefício.
Outra forma é escolher no seu plano apenas as coberturas que acredita que vai precisar. Por exemplo, se você não mora e não frequenta áreas com risco de alagamento, não vai incluir essa cobertura.
Por Andréia Silveira, colaboradora do site SeguroAuto.org