As eleições municipais de 2020 trarão uma mudança que promete
provocar uma verdadeira “revolução” no quadro político partidário do
País, com reflexos diretos na disputa pelo poder nos municípios. Pela
primeira vez, as siglas estarão proibidas de realizar as chamadas
coligações proporcionais para candidatos a vereador. Com isso, a
previsão é de que aumentem não só o número de concorrentes à Câmara
Municipal, mas também à prefeitura.
O fim das coligações foi aprovado na reforma política votada pelo
Congresso em 2017. O objetivo é impedir que um partido “transfira” votos
para candidatos de outras legendas, com votação inferior por estarem
coligados. Até então, o mecanismo permitia que siglas menores se
juntassem a outras para conseguirem emplacar seus candidatos. Sem ele,
os partidos terão que se virarem sozinhos, o que a princípio,
beneficiariam as agremiações maiores, mais tradicionais e organizadas, consequentemente os candidatos mais competitivos e com poder financeiro maior.
Diante das novas regras, as legendas que quiserem entrar na disputa
terão que apresentar suas próprias chapas à Câmara. O que deve levar
também ao aumento do número de concorrentes as prefeituras, já que os
partidos que não disputarem a eleição majoritária com nomes próprios
perderão visibilidade. Além disso, os candidatos dos grandes partidos
terão pouco a oferecer para atrair outras siglas para uma coligação na
disputa pelo Executivo, apesar dessas alianças para a eleição de
prefeito continuar sendo permitida.
“A tendência é a disputa de mais candidatos. Alguns defendem uma versão de que os partidos
pequenos sairiam perdendo. Agora a versão é de que quem tiver chapa vai
sair fortalecido, independente de ser pequeno ou grande.
A situação para o cargo de executivo deve mudar no ano que vem com o fim das coligações, já que
os candidatos a prefeito de legendas tradicionais ou com maior
potencial de votos terão dificuldades para atrair o apoio de outras
siglas sem a contrapartida da aliança para a disputa pelas cadeiras no
Legislativo. A dificuldade será ainda maior para os candidatos ao cargo proporcional se estes de determinada sigla não tiverem ou apoiarem nenhum candidato a prefeito, o campo ficará praticamente minado, inviabilizando qualquer possibilidade de eleitos.
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