terça-feira, 24 de julho de 2018

Ministério Público denuncia policial civil como mandante de crime de pistolagem em Acopiara


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Karina: morta por pistoleiros na porta de casa, em Acopiara, na noite de 4 de maio de 2016
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A população de Acopiara foi às ruas em uma grande manifestação pedindo justiça para o caso

Após dois anos e dois meses de um crime de pistolagem ocorrido na cidade de Acopiara, na região Centro-Sul do estado (a 340Km de Fortaleza), finalmente, o caso é esclarecido após trabalho de investigação sigiloso, demorado e complexo realizado pela Polícia Judiciária e Ministério Público Estadual (MPE). O assassinato da jovem Karina Firmino de Freitas, executada a tiros por pistoleiros, foi desvendado e, conforme denúncia do MP, a mandante do assassinato foi uma policial civil, a escrivã Ludmilla Freitas Andrade.
O crime ocorreu na noite de 4 de maio de 2016 na porta da casa da vítima. No Centro de Acopiara. Era por volta de 21h40, quando Karina Firmino retornava da academia de ginástica quando foi surpreendida por dois pistoleiros que haviam preparado a emboscada. No momento em que descia de sua moto, a jovem foi atingida por vários tiros, tendo morte praticamente imediata.
Durante dois anos e dois meses, a família da jovem lutou por justiça. O caso que começou a ser investigado pela própria Delegacia de Polícia de Acopiara acabou sendo transferido para o Núcleo de Homicídios da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte. Com a quebra de sigilo telefônico dos suspeitos, a verdade sobre o crime veio à tona. Karina foi vítima de um crime de aluguel. Dois pistoleiros foram contratados para o “serviço”.
Passional
Nas investigações, a Polícia descobriu que o crime teve motivo passional. A escrivã de Polícia, Ludmilla Freitas Andrade, que na época do crime trabalhava na própria Delegacia de Acopiara, ordenou e planejou pessoalmente a morte da jovem. Ludmilla descobriu que seu então marido, o soldado da PM Thiago Martins Teixeira Florentino, na época lotado no Ronda do Quarteirão de Acopiara, estava tendo um caso com Karina Firmino e esta acabou engravidando e tendo um filho deste relacionamento. A partir de então, a escrivã passou a fazer ameaças de morte à jovem, culminando no assassinato na noite de 4 de maio de 2016.
Em um dos trechos da investigação, a declarações da avó materna de Karine, quando esta diz que a neta estava muito assustada pois em um encontro com o namorado, o soldado Thiago revelou que a esposa (a escrivão) lhe confidenciou que iria matá-la.
Com a quebra do sigilo telefônico das investigadas, ficou evidenciado e provado o envolvimento da escrivã e sua doméstica no crime. O inquérito foi concluído com o indiciamento das duas e remetido à Comarca de Acopiara. No entanto, a juíza de Direito, Karla Cristina de Oliveira, remeteu os autos para Fortaleza. O processo agora se encontra em tramitação na Terceira Vara do Júri da Capital.
A denúncia contra a escrivã e sua comparsa foi elaborada pela Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Ceará e está assinada pelos promotores de Justiça Igor Caldas Baraúna Rêgo (da Comarca de Acopiara), Humberto Ibiapina Lima Maia, Francisco Gomes Câmara, Luciana de Aquino Vasconcelos Frota, Nelson Ricardo Gesteira Monteiro e Fernanda Andrade Mendonça, todos do Núcleo de Investigações Criminais (Nuinc) da PGJ-CE.
Para os promotores, a jovem Karina Firmino foi vítima de um crime premeditado, de pistolagem. “Ludmilla e Nice são mandantes do crime, tendo contratado, de maneira covarde, pistoleiros para executar a empreitada criminosa”, diz um dos trechos da denúncia. E mais: “Não houve abordagem, não houve possibilidade alguma da vítima se desvencilhar da encruzilhada criminosa imposta pelos executores e seus mandantes”.
Blog do Fernando Ribeiro

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