sábado, 4 de outubro de 2014

Por Nonato Albuquerque

ilustração pojucan
Só um erro crasso das pesquisas de boca de urna salva esta eleição do mais profundo tédio político. O problema não foi nem a costumeira falta de ideias a que o eleitor já se habituou nos debates de presidenciáveis! O que diferencia este pleito dos outros é que nunca antes na história da democracia brasileira a baixaria foi tão mal desempenhada em campanha.

Desmoralizaram o baixo nível em todas as suas formas mais conhecidas de manifestação: a ofensa, o sarcasmo, a calúnia, o deboche, o fingimento, a maldade, a hipocrisia, a maledicência, a agressividade, a difamação, a injúria, a mentira, enfim, nenhuma estratégia de praxe do marketing eleitoreiro funcionou a contento no primeiro turno da corrida presidencial. A brigalhada que se pretendia só não deu traço por causa do conflito dos nanicos puxado no finalzinho pelo Levy Fidelix.

Por essas e por outras, resta ao eleitor torcer para que as pesquisas quebrem a cara na apuração dos votos. Eu acredito!



Isso não acontece em país sério

Proposta de boca de urna tenta arregimentar jovens pelo WhatsApp

A oferta de R$ 70 para trabalhar por um dia pode parecer interessante para jovens, se a função não fosse ilegal para a Justiça Eleitoral. Desde essa sexta-feira (3), jovens estão recebendo mensagens pelo WhatsApp com a oferta de boca de urna.
Em uma das mensagens, enviadas ao Blog, a reunião da boca de urna está marcada para as 17 horas deste sábado (4).
O procurador regional eleitoral Rômulo Conrado garante que haverá rigor contra a boca de urna e compra de votos.

Padrão de vida e identificação com candidato estão entre critérios para votar

O voto do brasileiro é orientado por percepções como padrão de vida, identidade com o candidato, posicionamento sobre alguns temas e mesmo vantagens imediatas. A avaliação é de especialistas consultados pela Agência Brasil. Eles destacam que o voto partidário está em baixa. Quanto ao desejo de mudanças, expresso nas manifestações de junho de 2013, a interpretação é que, embora alguns candidatos tenham incorporado o tema à campanha, a influência no pleito é pouca.
Na visão da cientista política Raquel Boing Marinucci, professora da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Centro Universitário de Brasília, o voto dos brasileiros é menos emotivo do que se imagina. “Muitos defendem, por exemplo, que os beneficiários de programas sociais criariam laço afetivo ou tradicional com o governo. Eu faço leitura diferente. Para mim, as pessoas que sentem diferença no padrão de vida e atribuem ao governo, votando nele ou não, estão fazendo cálculo racional, como descrito nos manuais de teoria política”, observa.
Entretanto, Cláudio Gurgel, cientista político e professor da Universidade Federal Fluminense, critica o que considera distorções desse tipo de critério do eleitor, como o voto por vantagens pessoais e imediatas. “Essa situação se manifesta muito em sociedades profundamente desiguais e de população muito carente, que é o caso brasileiro”. Cláudio ressalta que o eleitor pode ter outros critérios, como identificação com o perfil do candidato ou a concordância com suas ideias.
Raquel ressalta, no entanto, que o eleitor não deve ser crucificado por sua despolitização. “Acho complicado responsabilizar o eleitor pelos problemas da política brasileira. A falta de confiança nas instituições, as sequelas do autoritarismo e a pouca transparência não colaboram na formação política do nosso eleitorado”, comenta. Cláudio concorda. “Os partidos perderam muito com o fracasso doutrinário e programático de todos eles”, avalia.
(Agência Brasil)

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