O discurso do candidato ideal
“Estou candidato ao Governo porque o partido político a que sou filiado me cometeu essa missão. Avaliam os meus pares, e os demais que me conhecem, que reúno condições morais e detenho potencial administrativo para colaborar com o meu país. Assim, acatei a indicação.
Enganar-se-ão os que pensarem, e mentirão os que disserem que estou candidato porque desejo ou preciso. Sou conformado com a minha profissão e com a minha renda, e estou satisfeito com o que sou e com o que já fiz, de modo que ganância e vaidade não me movem nem me inspiram as atitudes.
A esta altura da vida, só o que me motiva são a manutenção da honra, o exercício do altruísmo, o serviço da pátria, de modo que submeterei meu nome aos eleitores, mas, diferentemente dos demais candidatos, não farei promessas de obras e atos, nem pedirei que votem em mim .
Apenas lhes proponho que examinem a minha vida e o meu caráter, enquanto garanto que, em sendo eleito, darei o sangue pelo bem comum e farei do mandato um sacerdócio, reunindo o ministério mais competente, e aplicando o dinheiro público conforme as reais prioridades.
Administrarei sem conchavos políticos, sem protecionismo ou discriminação, como também sem ranço ideológico, combatendo a miséria e assistindo aos pobres, mas incentivando a iniciativa privada para que gere riqueza e o mercado de trabalho possa atingir o pleno emprego.
Eleito, não gastarei o dinheiro público com publicidade e propaganda, pois o resultado da administração terá que ser sentido pelo povo, sem necessidade de nenhum argumento. Até porque não dedicarei o meu Governo a me manter, ou a eternizar uma camarilha no poder.
Estarei sempre correndo o País e ouvindo as pessoas, mas evitarei as viagens internacionais custeadas pelo erário, para as quais, quando forem imprescindíveis, levarei um séquito mínimo, e em respeito à renda média do meu povo não me hospedarei com a delegação em hotéis de luxo.
Obras sanitárias terão primazia, mesmo que não rendam notícia, enquanto projetos faraônicos e supérfluos não serão prioritários. Dentre as políticas públicas, o grande investimento será em educação e segurança, na medida ideal e do modo certo para resultados efetivos.
O serviço militar será universalizado, para ser útil à disciplina patriótica dos jovens e aos préstimos pacíficos da Nação na execução das obras públicas – enquanto a diplomacia do País tiver êxito, e a soberania nacional não precisar “erguer da justiça a clava forte”.
O serviço público será bem pago, mas comprometido e eficiente: menos burocracia para melhor controle; menos fiscais para poucos impostos; mais quartéis e menos presídios; mais escolas e menos estádios; menos regras e mais eficácia; polícia inteligente e Judiciário eficiente.
Até a vitória do povo… ou a derrota na Nação!”
Reginaldo Vasconcelo
Nenhum comentário:
Postar um comentário