Dilma, no país das maravilhas
Quem se deu a pachorra de
assistir aos dez minutos de programa dos dez anos dos petistas no
governo federal relembrou, com certeza, do livro “Alice no País das
Maravilhas”.
Como sabe, na obra de ficção
de Lewis Carroll, a jovem Alice percorre um mundo de fantasias, onde
animais falam, e convive com personagens como o coelho branco, o gato
alegre, o chapeleiro maluco e a temível Rainha de Copas.
Depois
de muitas aventuras, Alice retorna ao mundo real, é acordada pela irmã e
percebe que tudo não passa de um sonho. Volta à realidade, mesmo a
contragosto.
É assim que a presidente Dilma
Rousseff deve estar se sentindo ao ver o país fantasioso retratado
pelos seu colegas petistas no horário gratuito de propaganda partidária.
Porque no dia seguinte quando senta na cadeira presidencial e constata
os equívocos de seu governo, sua incapacidade gerencial e seu fracasso
na articulação política no Congresso Nacional.
A
inflação não cede, pelo contrário, continua sua toada crescente,
espalhando-se de maneira insidiosa em todos os setores da economia – não
se trata mais, como o governo garantia, da inflação do tomate, sazonal,
e sim de uma inflação generalizada que corrói o poder aquisitivo,
especialmente dos mais pobres.
E isso
ocorre mesmo com a desoneração dos produtos da cesta básica, medida
pomposamente anunciada, em clima eleitoral, sem dar o devido crédito ao
PSDB, autor do projeto de lei que a presidente Dilma Rousseff vetou,
prejudicando novamente os mais pobres.
Realidade
vivida na gestão política do governo quando o próprio líder na Câmara
dos Deputados ajuda a derrotar a Medida Provisória dos Portos, outra
tentativa de impor regras a um setor, sem ouvi-lo ou seus protagonistas.
Bem típico de um governo autoritário.
Nada
diferente, aliás, da proposta do ICMS “unificado” que simplesmente
contrariou a gregos e a troianos – de algum modo, as 27 unidades da
Federação perdem recursos e a União soma mais valores ao seu caixa –
além de comprometer a harmonia dos entes federados, com o embate dos
estados por essa ou aquela solução.
A
televisão e o rádio mostraram um país, pode ser qualquer país – o da
Alice principalmente - mas não é o Brasil! Para ficar só num exemplo
relacionado à luta e os direitos das mulheres, o ministro da Educação
teve a ousadia de falar em “mais creches, outro devaneio do modo
“aliciano” de ver o mundo.
Como se sabe, da
promessa de sete mil creches, menos de 20 foram erguidas, em quase dois
anos e meio de governo, ou melhor, de desgoverno.
Mas,
se quiser ficar no mundo de fantasia de “Alice no País das Maravilhas,
Dilma Rousseff pode se mirar na personagem “Rainha de Copas” que surge
nos capítulos finais do livro. Ela é autoritária, tem um pavio
curtíssimo e vive ameaçando decapitar seus leais súditos.
No caso, qualquer semelhança com a realidade não é mera ficção ou coincidência.
Thelma de Oliveira é presidente nacional do PSDB-Mulher
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