Já
virou clichê a ideia de que governantes em início de mandato contam com
pelo menos um semestre de boa vontade do público, como uma espécie de
voto de confiança tácito. Empossados no embalo da vitória nas urnas e
com a mensagens das propagandas eleitorais ainda vivas no imaginário
popular, as gestões ainda refletem nesse período, as esperanças nele
depositadas.
Muitos especialistas garantem que esse é o momento
ideal para a administração tomar medidas amargas, como cortes de
despesas e enxugamento da máquina, pois a impressão geral é a de que as
primeiras ações sejam correções ou preparativos que pavimentem o caminho
para o cumprimento das promessas de campanha. A regra não vale em caso
de re-eleições ou de eleição de apadrinhados, quando iniciativas de
saneamento são proibidas pelo status quo.
De todo jeito,
qualquer que seja o caso, partidos e agentes políticos sabem como atuar
para capitalizar esse momento de expectativa.
Logo de cara, é
preciso dizer que a composição do novo secretariado foi feita com base
nos critérios mais sublimes e com total desapego, como forma de
disfarçar o fisiologismo, o loteamento de cargos para garantir apoio
político e a criação de cabides de emprego para aliados.
Como as
últimas eleições foram municipais, o passo seguinte é o anúncio de um
programa novo ou de uma ação impactante para alguma área sensível ao
público. Isso ajuda a construir uma imagem positiva e dinâmica do
gestor.
Em seguida, é preciso dizer que a situação não está fácil.
Se o novo governo for aliado do antigo, é so culpar a crise na Europa;
se é adversário, pode acusar descalabros, desvios e desperdícios, com a
vantagem adicional de não precisar apresentar provas. Essa é a senha
para a transformação do marketing eleitoral em marketing governamental,
eximindo-se de eventuais contradições. Se tudo está pior, será preciso
tempo para arrumar a casa e só depois as promessas feitas ao eleitorado
poderão ser executadas. Pronto! O que não for realizado, cairá na conta
da gestão anterior. Como os desmontes de prefeituras são uma realidade
em algumas cidades, a história ganha verossimilhança em qualquer lugar.
Por
isso tudo, por ser um roteiro previsível, filme repetito à exaustão, é
que aqui neste blog o bônus dos seis meses de confiança não existe. Pelo
contrário. De tanto ver truques retóricos e de propaganda, o que vale
neste espaço é o voto de desconfiança, o qual, espero, não seja
confirmado. Não se trata de oposição automática, ressentimento ou
questão pessoal, posto que vale para toda e qualquer administração que
se inicia.
O eleito, nesse caso, os novos prefeitos, são devedores
de quem os elegeu. Que façam o que prometeram. Que cumpram seus
deveres. Que sejam cobrados desde o primeiro dia de governo, e caso não
correspondam, que expliquem – e comprovem – suas limitações.
É como diz o ditado: Gato escaldado tem medo de água fria
BLOG - No caso de Nova Russas, não há mais espaço para justificativas do infortúnio de gestão herdado pelos antecessores, ou seja culpar os erros administrativos de outrora em detrimento dos erros pretéritos. Marcos Alberto durante maior parte de seu governo atribuiu todos os problemas de sua gestão ao seu antecessor Acácio. Paulo Evangelista se utilizou da mesma estratagema como, ganhar tempo, ludibriar os desinformados para atingir seus objetivos. Culpou o seu antecessor Marcos Alberto pelo insucesso de sua gestão. Hoje não funciona mais, ou se trabalha e corresponde com as expectativas de uma população fadada à administrações fantasiosas, ou exclui-se a comunidade do sistema governamental. Pelo pouco contato, que tive com o prefeito Gonçalo creio que seus propósitos são antagônicos aos anteriores e que sua postura será de austeridade e comprometimento com a sociedade. Para os novarussenses, o tempo é ouro, os quatro anos foram abreviados em meses e que a resposta não demore e que seja coroada de boas ações.
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