O
ministro aposentado do STF Marco Aurélio, que foi presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta quarta-feira (3), que
poderia “incendiar o País” uma eventual decisão da Corte de negar
registro à candidatura de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A
possibilidade foi noticiada na coluna do jornalista Cláudio Humberto,
do Diário do Poder, um dos apresentadores do programa Jornal Gente, da
Rádio Bandeirantes, que entrevistou o ministro aposentado do Supremo
Tribunal Federal.
“Seria
desastroso”, enfatizou Marco Aurélio ao ser questionado pela
possibilidade à qual se referem ministros do TSE, em conversas internas,
já sem pedirem reserva aos funcionários que as testemunham.
O
ministro lamentou durante a entrevista o clima de beligerância entre o
presidente da República e ministros do STF e do TSE, lembrando a
exigência constitucional de relação harmônica e independente entre os
poderes.
Nesta
terça (2), Bolsonaro chamou o ministro Luis Roberto Barroso, do STF, de
“mentiroso” por insistir na versão de que se tentou reintroduzir no
Brasil “o retorno do voto em papel”, quando na verdade se discutiu a
impressão do voto eletrônico, e por amostragem.
Urnas eletrônicas
Para
Marco Aurélio, o presidente Jair Bolsonaro não dá bom exemplo quando
lança dúvidas sobre as urnas eletrônicas e defendeu o sistema que o
Brasil adota desde as eleições de 1996, ressaltando inclusive que nesses
anos jamais houve comprovação de fraude.
As
eleições de outubro terão no comando do TSE Alexandre de Moraes, alvo
frequente de críticas do presidente Jair Bolsonaro. Para o ministro
aposentado Aurélio Mello, o ministro precisa fazer uma leitura correta
do contexto para conduzir todo o processo com tranquilidade.
O
ministro disse também que o TSE errou ao convocar militares para
integrar comissões no tribunal. Ele entende que a participação das
Forças Armadas deve estar limitada ao apoio logístico, em atividades
como o transporte de urnas.
O
ministro Marco Aurélio foi entrevistado no Jornal Gente, da Rádio
Bandeirantes, pelos jornalistas Thays Freitas, Sônia Blota e Cláudio
Humberto.
(Diário do Poder)
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