Inquérito da Polícia Civil aponta que o ato sexual envolveu as duas crianças. Ninguém foi indiciado
Marcello Casal Jr./Arquivo/Agência Brasil
O inquérito da Polícia Civil de Santa Catarina sobre o caso da menina de 11 anos que foi induzida a não abortar concluiu que o suspeito de manter relações sexuais com ela é também um criança, de 13 anos. Ninguém foi indiciado.
De acordo com informações do jornal O Globo,
o inquérito foi concluído há 10 dias e enviado ao Ministério Público de
Santa Catarina, que vai avaliar se concorda com a investigação.
Em
23 de junho, o Ministério Público Federal (MPF), informou, em nota, que
a menina conseguiu realizar o aborto para interromper a gestação.
Segundo o comunicado, o procedimento foi realizado pelo Hospital
Universitário Polydoro Ernani de São Thiago. Antes do procedimento, a
criança estava chegando à 29ª semana de gravidez Justin Paget/ Getty Images
O
caso da menina de 11 anos que a Justiça mandou internar em abrigo para
evitar que um aborto fosse realizado em Santa Catarina, ganhou
repercussão nacional após vídeos da audiência serem divulgados pelo The
Intercepet e pelo Portal Catarinas
Segundo
a reportagem, uma fonte ligada às investigações afirmou que os dois
teriam confirmado se tratar de uma “relação consentida”.
Pela lei,
manter relação com menor de 14 anos é crime e pode ter pena de oito a
15 anos. Por ser considerado estupro de vulnerável, a criança tem
direito ao aborto legal.
Nessa quinta-feira (23/6), o Ministério Público Federal (MPF) informou em nota que a menina conseguiu realizar o procedimento para interromper a gestação.
O procedimento foi feito pelo Hospital Universitário (HU) Polydoro Ernani de São Thiago, na quarta-feira (22/6).
O hospital havia recebido recomendação do MPF para realizar esse tipo de procedimento em casos autorizados por lei.
Juíza tentou impedir criança de realizar o aborto
A
juíza Joana Ribeiro, que impediu a menina de 11 anos de realizar o
aborto autorizado em Santa Catarina, passou a ter sua conduta
investigada. A magistrada, que até deixou o caso, pode vir a sofrer punições por conta de sua atuação.
Durante
audiência com a criança, Joana Ribeiro chegou a perguntar se a menina
aguentaria ficar “mais um pouquinho” com o bebê na barriga.
Ela
ainda mandou a criança para um abrigo, para que ficasse impedida de
realizar a interrupção da gravidez. Após as divulgações do caso, a
decisão da juíza foi revertida e a menina voltou para casa.
A
criança, que foi abusada no início deste ano, descobriu que estava
grávida com 22 semanas. Ela foi encaminhada ao Hospital Universitário de
Florianópolis, onde teve o procedimento para interromper a gravidez
negado, sob a alegação de que a interrupção só seria realizada com até
20 semanasRicardo Bacili / EyeEm /Getty Images
Com
isso, a família buscou autorização judicial. O Ministério Público
catarinense, então, pediu que a menina ficasse no abrigo “até
verificar-se que não se encontra mais em situação de risco [de violência
sexual] e possa retornar para a família natural” Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O
documento, produzido pelo órgão, reconheceu que a gravidez era de alto
risco em razão da idade da criança, que não possui estrutura biológica
para uma gestação. No Brasil, o aborto é permitido quando a gravidez é
decorrente de estupro, quando há diagnóstico de anencefalia do feto e
quando há risco à vida da gestanteReprodução
Segundo
o processo, a menina foi encaminhada, inicialmente, ao abrigo por conta
de um pedido da Vara da Infância para protegê-la do agressor. Mas o
objetivo mudou e passou a ser evitar o aborto. A suspeita é de que o
abuso tenha ocorrido na casa da criançareprodução
No
dia seguinte à divulgação das imagens, a advogada da família da criança
entrou com outro habeas corpus solicitando permissão para que o aborto
fosse feito após a menina deixar o abrigo. Como a criança estava sob a
tutela do Estado, o fato impedia que o procedimento fosse realizadoMariana Guedes / EyeEm/Getty Images
Na
decisão, no entanto, a juíza afirmou que a realização do procedimento
só seria possível com menos de 22 semanas de gestação ou 500 gramas do
feto. Ela também comparou a prática a um homicídioPixabay
Com
a repercussão, tanto o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quanto a
Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça de Santa Catarina passaram a
apurar a conduta da magistrada. O Ministério Público de Santa Catarina,
por sua vez, investiga a promotoraMichael Melo/Metrópoles
Em
21 de junho, a juíza a frente do caso informou que foi transferida para
a comarca de Brusque, no Vale do Itajaí. Ela alega que a transferência
ocorreu devido a uma promoção anterior à repercussão do casoTetra Images/Getty Images
Em
nota, o Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago,
onde a criança foi atendida inicialmente, informou que casos envolvendo
prontuário de pacientes e casos que correm em segredo de justiça não
serão divulgadosDavid Sacks/ Getty Images
No
entanto, ressaltou que “quando ocorre de ultrapassar o limite da idade
gestacional estabelecido pelo protocolo para conduzir o procedimento, o
hospital orienta a família a recorrer judicialmente para assegurar o
direito”Thomas Northcut/Getty Images
O Ministério Público Federal (MPF) disse que investigará o atendimento feito na unidadeReprodução
Em
23 de junho, o Ministério Público Federal (MPF), informou, em nota, que
a menina conseguiu realizar o aborto para interromper a gestação.
Segundo o comunicado, o procedimento foi realizado pelo Hospital
Universitário Polydoro Ernani de São Thiago. Antes do procedimento, a
criança estava chegando à 29ª semana de gravidez Justin Paget/ Getty Images
O
caso da menina de 11 anos que a Justiça mandou internar em abrigo para
evitar que um aborto fosse realizado em Santa Catarina, ganhou
repercussão nacional após vídeos da audiência serem divulgados pelo The
Intercepet e pelo Portal CatarinasGetty Images
Nenhum comentário:
Postar um comentário