sexta-feira, 13 de agosto de 2021

BNDES lucra R$5 bi no 2º trimestre do ano

BNDES avalia prorrogar suspensão de pagamento de dívidas

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social registrou lucro principalmente por causa do impacto líquido positivo, de R$ 2,1 bilhões, com a venda de títulos de dívida da Vale.

No primeiro semestre, o banco acumula lucro de R$ 15,1 bilhões, com forte impacto de operações de venda de ações de Vale e Klabin. Desconsiderando os fatores não recorrentes, o lucro do semestre seria de R$ 4,8 bilhões.
A venda dos títulos da Vale, que rendeu uma receita de R$ 3,8 bilhões, é parte da estratégia do banco de desinvestir em ativos mobiliários e reduzir sua carteira de participações em empresas, que chegou ao fim de junho avaliada em R$ 69,3 bilhões.

Com os elevados lucros, o banco vem acelerando o pagamento antecipado ao Tesouro Nacional de recursos emprestados para subsidiar empréstimos durante os governos petistas. Em 2021, já foram antecipados R$ 54,5 bilhões, além das parcelas de R$ 8,9 bilhões que venceram no ano.

A expectativa é que outros R$ 45,5 bilhões sejam antecipados ainda este ano, reduzindo o saldo final da dívida quase metade dos atuais R$ 99,7 bilhões. O restante será pago em 2022.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse que a acelerada devolução dos recursos não afeta a capacidade do banco de conceder empréstimos, que está relacionada ao seu capital e não ao volume de dinheiro que tem em caixa.
“Os R$ 100 bilhões que temos a devolver fazem parte de um plano para equacionar irregularidades detectadas no passado”, completou a diretora de Finanças do banco, Bianca Nasser, ressaltando que os empréstimos foram questionados pelo TCU (Tribunal de Contas da União).Segundo ela, mesmo fazendo os pagamentos, o banco fechou o segundo trimestre com R$ 150 bilhões em caixa.

No segundo trimestre, o BNDES desembolsou R$ 12,6 bilhões em empréstimos, quase 40% desse total para o setor de infraestrutura. Por porte de empresas, os pequenos e médios negócios responderam por 40% do valor e 96% do número de operações realizadas no período.

O valor da carteira de crédito do banco caiu de R$ 460,1 para R$ 438,4 bilhões. Segundo Nasser, a queda reflete a venda das debêntures participativas da Vale e a valorização do real, que reduziu o valor dos contratos de dívida em dólar.

Para tentar atrair investidores privados ao mercado de crédito de longo prazo no país, o banco coordenou no trimestre sua primeira operação de debêntures de infraestrutura. A operação, para financiar a térmica GNA-1, no Rio de Janeiro, levantou R$ 1,8 bilhão.

Como parte dessa estratégia de reposicionamento, o BNDES tem focado também em produtos voltados à sustentabilidade. No fim de julho, anunciou que não financiará mais térmicas que usam carvão como combustível. A lista de restrições pode ser ampliada, com o objetivo de descarbonizar a carteira de empréstimos do banco.
Na área de projetos de concessão ou privatizações, o banco celebrou os leilões da CEA (Companhia Energética do Amapá), da companhia de transmissão de energia gaúcha CEEE-T e da concessão de serviços de água e esgoto no Rio de Janeiro, o maior leilão de saneamento do país.

A carteira de concessões, PPPs (parcerias público-privadas) e privatizações do BNDES conta hoje com 120 projetos, entre eles a privatização da Eletrobras, que o governo espera concluir até fevereiro de 2022.

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