Metade das estradas do Ceará são qualificadas como regulares, ruins ou péssimas
e acordo com dados do anuário CNT do Transporte,
divulgados pela Confederação Nacional de Transporte, mais de 2 mil
quilômetros de rodovias federais foram avaliadas em condições
irregulares, ruins ou péssimas.
Comparado a 2007, houve uma melhoria, quando 80% eram consideradas
ruins ou péssimas. No mesmo ano, apenas 17% das rodovias eram avaliadas
como ótimas ou boas.
O anuário levou em consideração alguns aspectos como qualidade da
pavimentação, sinalização e geometria das vias. Pela classificação do
pavimento, os dados mais atuais apontam que 47% da malha rodoviária no
estado está ótima ou boa e 52% regular, ruim ou péssima.
Por outro lado, a extensão total de rodovias não pavimentadas teve
redução de apenas 1,2% em 11 anos. No total, 1.400 rodovias federais do
Ceará estão em melhores condições, o que equivale a 39%.
Segundo o professor do Departamento de Engenharia de Transportes da
Universidade Federal do Ceará (UFC), Heber Oliveira, falta uma gerência de pavimentação em todo o país,
e o problema se agrava pela falta de planejamento em todas as etapas de
infraestrutura viária, o que resulta em mais gastos de recursos
públicos. “O Brasil não tem uma aplicabilidade racional que vem desde o
projeto planejamento e execução”.
Em alguns estados do país, o Exército é responsável por tocar as
obras de infraestrutura nas rodovias. Para Heber Oliveira, essa pode ser
parte da solução para melhorar a qualidade das estradas. “Onde tem
atuado o Exército, a gente percebe que a qualidade das obras tem sido de
caráter técnico muito satisfatório”.
A qualidade das estradas impacta, também, nas atividades econômicas.
De acordo com o presidente do Conselho de Infraestrutura da Fiec, Heitor
Studart, os recursos investidos não acompanham a necessidade de
melhorias e a situação da malha viária gera vários impactos. “Isso
impacta em mais de 30% só no custo do frete”.
O departamento estadual de rodovias informou que, de 2015 a 2018, o
Ceará investiu mais de R$ 2,8 bilhões na melhoria de mais de 3 mil
quilômetros de rodovias em todas as regiões do estado. As ações
contemplam obras de restauração, pavimentação e duplicação das estradas
cearenses.
DN
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