quarta-feira, 25 de julho de 2018

Política - Um meio de vida fácil no Brasil, porém, poucos conseguem chegar la. No Brasil a política é excludente para quem é capaz

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A proliferação de partidos desfigurou o sistema político, em vez de torná-lo mais representativo. A maquiagem não tirou o insaciável apetite dos políticos por dinheiro. Em bom português popular, “farinha pouca, meu pirão primeiro” é a razão pela qual o Congresso vai continuar agindo: o Fundo Partidário míngua toda vez que surge um novo partido...
O cardápio da reforma política foi demasiadamente simplista e benevolente com o sistema feudal existente. Nunca será operante e suficiente para produzir parlamentares éticos, competentes, comprometidos com a causa pública, e não com interesses pessoais ou familiares, muito menos evitar políticos profissionais.
A política fabrica regras direcionadas a garantir mandatos sucessivos. Consequência do pânico de perder uma eleição. Afinal, como pagar as contas depois de tanto tempo longe da profissão? Essas regras produzem, então, jovens eleitos porque integram dinastias políticas, sem nenhuma experiência fora da atividade parlamentar. Com raridade, pessoas de origem humilde que veem na política a possibilidade de ascensão social. Difícil, então, abrir mão dos privilégios que os mandatos concedem, extensivos a parentes e amigos. Isto também acaba induzindo o advogado, o médico, o engenheiro, o comerciante, os autônomos, e todos os outros profissionais, a abandonar bancas, clínicas, lojas e clientes, até mesmo empresários. E, claro, existem os que não podem abrir mão de um mandato simplesmente porque o objetivo único é torná-lo um profícuo e eterno ganha-pão.
Político — é preciso insistir — não é profissão.É encargo. Encargo passageiro de quem se comprometeu a servir ao próximo; a representar a vontade popular; a colaborar para os destinos do país. No Brasil funciona como meio de vida pelas atrativas vantagens.
Como tornar menos atraente a “carreira” política, ou seja, como incentivar os que querem servir ao público por um período, em vez de se servir dele para sempre? Aí vão algumas ideias:
1 — apenas uma reeleição para o mesmo cargo no Legislativo e o fim da reeleição para o Executivo;
2 — perda definitiva do mandato para o parlamentar que optar por atuar no Executivo;
3 — renúncia ao mandato parlamentar para disputar cargo no Executivo;
4 — reforma do regimento interno das casas legislativas, reduzindo o poder ditatorial do presidente sobre os demais parlamentares.
Os políticos rejeitam amarras, mas é preciso enfatizar, sempre, que a busca por uma atividade bem remunerada, pela ascensão social e econômica, pela solução de um interesse pontual e particular não pode ser o indutor da vida política. Infelizmente, é assim que tem sido, com honrosas exceções. Mas o fato é: quem não pode perder uma eleição, não se candidate.

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